domingo, 18 de janeiro de 2009

Merecer/Parecer X Receber/Ser

Exílio Todas as religiões partem do princípio do merecimento. Somente o Evangelho de Jesus é radicalmente contra esse princípio.

Fazer o bem para receber o bem. Quem faz mal merece o mal. Devo fazer mais coisas boas na minha vida do que maldades. Na balança da minha vida deve ter mais ações boas do que ações más.

Parecer para pertencer, porque se você não se mostra bom, correto, ético, honesto, o grupo religioso ao qual pertence não o aceitará. Bem, pior que isso é, se ninguém souber do seu caso extra conjugal, das suas negociatas, de como você trata mal sua mulher e filhos, da sua inveja e ambição de poder dentro do grupo, das mentiras e fofocas que você faz para minar adversários... enfim, se você parece um cara bom e digno, você ta bem na “fita”, e isso é o que importa para qualquer religião.

Tanto é assim que se um cara for pego em adultério ele pode ser excluído da igreja. E quem o exclui? Normalmente vários adúlteros que ainda não foram descobertos.

Quando Jesus disse que ao olharmos para uma mulher com pensamento impuro éramos adúlteros, isso já condenou 99,999999% dos homens. Em algum momento no dia, ou no melhor dos casos na semana, todos os homens têm pensamento impuro.

Embora tenha tido um tempo que passei sem problema algum com pensamento impuro. Meses sem qualquer pensamento assim. Foi num tempo de avivamento que passamos. Sim, avivamento. Durou mais ou menos 2 anos.

Nesse tempo de avivamento sabíamos que estávamos cheios da glória de Deus. Isso não quer dizer que fizemos nada para merecer não. Veio sobre nós. Passávamos 3, 4 horas orando e adorando e isso em vários dias na semana. Doideira geral.

Mas isso acabou! E tudo voltou ao normal.

Não seria o caso de Deus fazer assim com todas as pessoas que o buscasse, ou seja, retirar todo desejo de pecar? Deus fez muito mais que isso, Deus perdoou todos os nossos pecados passados, presentes e futuros. E nos aceitou como somos por causa de Jesus.

O nosso problema não é mais o pecado, nem a morte nem a vida, nem principados nem potestades, nem o presente nem o futuro, mas reconhecermos que somos pecadores e aceitarmos a graça de Deus. Isso retira de nós o poder da culpa gerada pelo esforço próprio e nos deixa livres para dedicarmos a nossa vida a Deus com liberdade.

NADA do que recebemos é por merecimento. Nem o que fazemos no trabalho, na escola, na família. Tem gente que faz muito no seu trabalho e não é reconhecido. Tem gente que estuda muito, e não passa no vestibular. Tem pais que se dedicam aos filhos e os filhos os envergonham. E tem o contrário também.

Como explicar isso?

Na verdade só Deus é o autor dessa história. O palco da nossa vida é Deus quem abre e fecha as cortinas, quem inicia o ato e termina a cena. Ele é quem decidiu em que data nasceríamos, em que família, em que cidade, em que época, quais as dificuldades ou facilidades teríamos etc, etc, etc.

Aqueles que buscam fazer por merecer não entendem o poder da oração, da entrega, do receber, do ficar em silêncio, do não fazer nada, do ouvir, do reconhecer fraquezas.

Temos que fazer o bem? Sim. Mas não para sermos salvos, ou para agradar a Deus, ou para ganhar uma bênção.

Fazer o bem porque fomos salvos, porque Deus nos livrou do diabo e agora podemos fazer isso, e podemos ser uma bênção na vida de outras pessoas.

Não é FAZER PARA, e sim FAZER PORQUE.

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