sexta-feira, 20 de março de 2009

Jesus, a chave que abre o coração - parte 3

"Perguntou-Lhe Pilatos: O que é a verdade?"

Ora, conquanto Jesus seja também uma informação histórica — afinal Ele existiu, e nós não estávamos lá quando isto aconteceu; razão pela qual dependemos completamente das descrições que os evangelhos fazem de Jesus a fim de melhor discernir seu espírito —, no entanto, o discernimento de Quem Ele era, só acontece como revelação de Deus no coração.

A Verdade não existe como Explicação, mas tão somente como Encarnação. A Verdade se fez carne! É Alguém. A Verdade é uma Pessoa! Por isso, a Verdade só pode ser vivida, não pensada. Todo pensamento acerca dela decorre da experiência. A Verdade não é objeto de prosa... O Jesus do Evangelho não é para ser aceito, mas para ser conhecido. A Verdade que vejo em Jesus — Encarnada Nele — eu mesmo tenho que conhecer na minha própria encarnação, que é o único estado de existência que eu tive até hoje.

Foi assim com Pedro. Ele conheceu a Verdade em Jesus, e teve que experimentá-la em si mesmo. E, provavelmente, o dia no qual ele negou a Jesus, tenha sido um dia de muito mais verdade que a noite da Transfiguração.

Portanto, é preciso que cada um conheça Jesus e Sua Palavra, para si mesmo. É preciso que cada um aprenda a Ter sua própria consciência em fé, a fim de viver a Palavra por si mesmo.

Em resumo, a Encarnação é a chave hermenêutica do conhecimento bíblico, mas essa chave tem que abrir antes o meu coração. E isto só acontece no encontro entre a Verdade e a Vida.

Ora, tal encontro só se dá no Caminho, e é a isso que chamamos Consciência do Evangelho. Por isso, aproveito-me deste trabalho para propor um exercício pessoal libertador:

* Quero convidá-lo a pegar os evangelhos e relê-los como se fosse a primeira vez, e faça-o como se nunca tivesse ouvido nenhuma interpretação deles. Pois, assim fazendo, você logo saberá que o que eu digo é apenas uma Nova Repetição do que não muda nunca, pois quando se tenta mudá-lo, nunca é para o bem, pois, trata-se daquilo que é eterno: o Evangelho.

A necessidade de escrever a mensagem de Jesus veio do afastamento cada vez maior da sua fonte histórica - o próprio Jesus de Nazaré (Lucas 1:1-4; João 20:30-31). Em meados de 70 D.C., já não vivia a quase totalidade das "testemunhas oculares" do Senhor ressuscitado (Lucas 1:2; 1 Cor 15:3-8). Esse distanciamento cronológico entre Jesus e as comunidades só poderia ser vencido pela palavra escrita. E assim se formaram as duas grandes coleções ou "corpus" das Cartas de Paulo e dos Evangelhos.

* Depois, eu gostaria de enfatizar a necessidade de ler o Novo Testamento na ordem cronológica da mais provável seqüência de sua produção: 1ª. e 2ª. Tessalonicenses; Gálatas, Efésios, 1ª. e 2ª. Coríntios, e Romanos; Colossenses, Filemom; Filipenses, 1ª. e 2ª. Timóteo e Tito; 1ª. Pedro; Marcos; Mateus; Hebreus; Lucas; Atos; Tiago, Judas 1ª.,2ª. e 3ª. João; o evangelho de João, 2ª. Pedro; e Apocalipse.

Como alerta, devo dizer que o primeiro inimigo a ser vencido no estudo bíblico é o pré-condicionamento na interpretação.

Então, meu querido, soda cáustica na cabeça, uma boa chacoalhada, limpeza, e início de leitura pessoal e aberta para a Palavra e para o Espírito. Então você verá que começará a surgir o Jesus real das páginas dos evangelhos! Experimente!

Que a Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos.

Caio
www.caiofabio.com.br

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