domingo, 5 de dezembro de 2010

VICIADO EM TER por Roberto Lima

Os últimos posts abordaram o deus mercado, este ente que muito bem pode representar o Mamom da Bíblia.

Porquê estes títulos? Porquê este assunto?

Principalmente por causa da teologia predominante hoje em dia.

É difícil encontrar pastores e crentes que não estejam bastante individados hoje em dia. O mundo todo motiva, inspira, instiga, e obriga que você compre... compre... compre.

Alguns dizem que, por causa da influência tão forte de todas as mídias, principalmente sobre as crianças, que não podemos dizer que há livre arbítrio. As pessoas vão sendo condicionadas a comprar, a fazer, a não fazer de acordo com a influência que ela recebe.



Acredito que nas igrejas esteja assim também. Os crentes novos podem não ter idéia que NEM SEMPRE FOI ASSIM.

Que nem sempre lutamos para ter coisas materiais como forma de mostrar que somos abençoados. Que nem sempre achamos que aqueles que não tem posses materiais nem saúde estão em pecado. Que nem sempre acreditamos que nossas palavras ditas com energia e da maneira certa ativam os poderes e o próprio Deus ao nosso favor. Que nem sempre colocamos o diabo como o maior alvo de nossas orações. Que nem sempre utilizamos as pessoas que vão à igreja ou aos eventos evangélicos para demonstração de força política.

E por causa de tudo isso fazem coisas certas com motivação totalmente errada, justamente por causa da forma equivocada de como lhes foram ensinados alguns princípios bíblicos.

VICIADOS EM TER

Quantas vezes você trocou de celular nesses últimos dois anos?

Que tipo de celular você tem: É pequeno? É grande? Tem Mp3? É smartphone? Tem dois chips? É de marca?

Custou quantos por cento do seu salário: 50%? 70%? 120%? 


Bem, tem gente que não se sente atraída por celular, mas por roupa, ou por sapatos, ou por DVDs de filmes (está devendo uma nota na locadora), ou por eletrônicos, ou por comida. Na verdade tem viciado para qualquer que seja o material de consumo.


Uma pergunta interessante: Você faz diferença dessa compulsão em comprar determinada coisa e a compulsão de um alcoólatra de beber? Você se sente melhor que o bêbado por causa disso? Você se acha melhor que o bêbado porque seu vicio não é moralmente errado?


Claro que sim né? Afinal esse seu vício não faz mal a ninguém... rsrsrsrrsrsr


Mas é o mesmo vício, que segue o mesmo princípio de morte, que causa a mesma dependência e se torna um dano maior na nossa vida porque não é visto como ruim.

Quando digo que somos todos iguais e por isso devemos ser dependentes de Deus (conforme a frase/logo do blog) é porque nós definimos as coisas que são pecado para nós e as outras que não são. Mas do ponto de vista de Deus está tudo contaminado. É só seguir o princípio que Jesus mostrou no Sermão do Monte, em Mateus, onde ele redefine Assassinato, Adultério, Juramento, Vingança, Amor ao Próximo tirando o pecado do exterior e trazendo tudo para dentro do homem.

É por esta causa, é por este motivo que coloquei vários posts sobre o deus mercado.

Na verdade é para alertar e compartilhar minha própria constatação: ESTOU DOMINADO!

Mesmo que não vá as compras, me sinto angustiado por não comprar, fico ansioso, fico irritado, fico impaciente e tudo isso por causa da vontade de comprar.

E quando decido em não comprar porque isso vai me dar um prejuízo maior, que isso não é certo fazer, ou que comprar aquilo não é prioridade agora, só não entro em depressão porque meu vicio deve estar controlado, mas fico triste, chateado por não comprar e às vezes muito chateado.

Será que você sente isso também?

E por outro lado... você não sente vontade de romper com este ciclo vicioso em sua vida? Como seria bom se nós pudéssemos, libertados e libertos do vício de ter, usar nosso dinheiro para ajudar os outros que têm necessidades reais.

É compreensível que venhamos às compras sem nenhuma culpa, pois já fizemos a nossa obrigação de darmos os nossos dízimos e ofertas na igreja em que pertencemos.

DÍZIMOS E OFERTAS

Não gostaria de falar aqui sobre minhas opiniões sobre dízimos e ofertas, há outros posts sobre isso.

Gostaria de pensar sobre alguns pontos:

1) Será que temos a liberdade de utilizar os 90% que nos sobrou da forma que quisermos?

2) Embora não acredite nem aceite a base e modo de motivar as pessoas a darem dízimos, poderíamos reconhecer que dar dízimo é uma forma de romper com a ditadura do dinheiro sobre nossas vidas?

3) Será que não deveríamos ter uma sobra de nossos recursos para que pudéssemos utilizar para dar esmolas e ajudar outros que precisem, e isso deveria ser uma das prioridades financeiras de um cristão verdadeiro?

4) Será que posso identificar claramente quais são minhas compulsões de compra e confessar como pecado e tratar de forma séria comigo mesmo e com Deus, rogando libertação e agindo com arrependimento?

Bem, não sei qual é o grau de intensidade e necessidade de mudança da sua parte quanto a questões financeiras, mas eu acredito que: O homem que não sabe lidar com as emoções, as palavras e com dinheiro sempre vai ser um moleque.


E ninguém precisa ser perfeito e nem completo. Mas deve começar a se reconhecer como pecador e incompleto e não olhar para si mesmo como mais digno do que qualquer viciado. Esse reconhecimento, se não curar o teu vício, pelo menos pode curar a tua alma da hipocrisia de se achar melhor que qualquer ser humano.

Se você entendeu o seu estado deplorável... bem vindo ao clube!

Porque somos todos iguais: Pecadores, Amados por Deus e Dependentes do seu favor.

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