domingo, 18 de outubro de 2009

Muitas reuniões de Atos 15 nos últimos dias por Harold Walker


No livro de Atos, no capítulo 15, nós encontramos a 1ª reunião geral da liderança da igreja, que as pessoas gostam de chamar de concílio por causa de coisas posteriores.

Mas era a 1ª reunião da liderança sobre um problema sério que iria dividir a igreja. Como conseguiram ouvir a voz do Espírito Santo e separar os costumes culturais do que era essencial (Jesus Cristo e a fé nele que traz o batismo no Espírito Santo), mantiveram a unidade mesmo com diversidade. Irmãos, cultura é uma coisa que não dá pra viver sem. Se você tirar uma cultura, daqui cinco dias tem outra no lugar. Jesus não veio destruir cultura, ele veio trazer vida, e a vida vai criando novas formas, acaba formando novas culturas, mas cultura em si não é uma coisa ruim. Portanto o negócio não é atacar cultura, mas comer de Jesus, beber de Jesus e permitir que isso crie mudanças, crie transformações.

Aos judeus convertidos, que desde criancinhas guardavam o sábado, eram circuncidados, não comiam determinadas comidas, dizia-se que continuassem como tal, não precisavam mudar. E tampouco se exigia uma conversão às práticas judaicas dos que as enxergavam como costumes estranhos ao seu modo de viver. Que apenas se guardassem de algumas práticas (coisas sacrificadas a ídolos, relações sexuais ilícitas, carne sufocada e sangue). O importante é que continuassem firmes em Cristo.

Hoje, irmãos, nós não precisamos de uma reunião de Atos 15, mas de centenas delas.
Porque hoje não temos que manter a unidade, mas reconquistá-la. Os primeiros cristãos partiram da visitação pessoal de Jesus Cristo. Era bem mais fácil pra ter unidade. Hoje a gente parte de mil direções diferentes sobre a palavra, sobre as interpretações da palavra, mas é um só Senhor, uma só fé, um só batismo. É possível essa unidade. Em Cristo somos um. E na terra podemos ser um também por meio de Cristo, mas pra isso é preciso muita comunhão para separar os elementos não essenciais dos essenciais, para achar o que realmente é vida, respeitando e valorizando as diferenças uns dos outros.

Em nosso corpo, temos músculos e juntas que, num mesmo movimento, realizam
operações contrárias. Num simples levantar de braço, por exemplo, há músculos que precisam se retesar enquanto outros, por sua vez, precisam se relaxar. Há muitas pressões dentro da igreja: tem gente que só quer evangelizar, tem gente que só quer orar, só quer isso, aquilo...

São preciosos, maravilhosos, desde que não imponham a sua ênfase como se fosse essencial para toda a igreja. Cada celulazinha do corpo tem sua função e seu formato. Por exemplo, a célula do nervo é compridinha; a célula do fígado é totalmente diferente. Têm formatos diferentes, cada qual é especializada numa coisa, mas todas têm algo em comum: no núcleo, possuem o mesmo DNA e dependem de todas as outras por meio da corrente sangüínea.

Todas dependem de todas. O nervo não precisa só de outro nervo. Ele precisa do fígado, do intestino, do pé, do olho. Eu, pra ser sadio, não preciso só da minha ênfase. Eu preciso da ênfase de todos. Aliás, a minha ênfase me mata. Já pensou? Se a célula do fígado ficar só com a bílis sobre si ela morre. Ainda bem que a bílis não fica só no fígado, ela vai embora logo.

Então pra não matarmos uns aos outros, precisamos ser bastante banhados pelo sangue pra tirar todo aquele excesso que, no fim, pros outros, faz bem, e receber bastante dos outros que, pra gente, faz bem também.

Trocando em miúdo, a culpa da igreja é a culpa da liderança. Se a liderança é institucional, a igreja vai ser institucional. Se a liderança estiver no Espírito, a igreja vai estar no Espírito. Então, pelo menos, achamos o culpado. E agora, culpada, a liderança precisa se tocar. É preciso orar pra Deus dar “sitocômetro” pra cada líder da igreja. O táxi tem o taxímetro; o carro, o odômetro; a casa, o termômetro; e o líder da igreja precisa de um “sitocômetro”, porque normalmente não tem “sitocômetro” de jeito nenhum, e as igrejas sofrem. “Sitocômetro” significa: “eu não sei tudo, aliás eu não sei quase nada, e eu preciso dos outros”.

Jesus não prometeu estar dentro, ele prometeu estar entre: “onde estiverem 2 ou 3, eu estarei entre eles”. Eu preciso urgentemente achar um outro pra ficar entre nós pra gente conseguir... Nestes dias eu estou aconselhando as pessoas do seguinte modo: a perseguição vem por aí e se você for preso, qual a primeira coisa que você tem que fazer? Procurar um outro infeliz. Como é que você vai ter Jesus se ele prometeu estar entre? Tem que achar um outro irmão em algum lugar na prisão. Se você está na cadeia, aí é terrível, mas com Jesus vai tudo bem. Então procura um outro irmão lá. E se você não achar, se você for o primeiro, premiado? Converte qualquer um que seja, porque sem o outro eu não consigo ter Jesus.

Entre dois ou três ou mais Jesus estará presente até os confins do mundo e até a consumação dos séculos. Se a liderança começar a entender que nós precisamos uns dos outros desesperadamente para achar Jesus, então nós vamos ter muitas reuniões de Atos 15 e muitos discernimentos do que é secundário e do que é primordial, e a igreja vai começar a se ligar pelas juntas e ligamentos. Quando você começa a ver Jesus no outro, aí você não consegue rejeitá-lo mais. Pode não gostar dele, mas se você viu Jesus nele, e você precisa de Jesus nele, então vocês vão andar juntos, e essa unidade, comunhão vai trazer riqueza para outras pessoas.

Para baixar a mensagem inteira:http://www.gruponews.com.br/conferencia_2008/

Harold Walker, 52 anos, é casado com Ester e tem três filhos: Esdras, Susana e Samuel. Reside em Monte Mor SP e faz parte do Conselho Editorial da Revista Impacto. É também um dos idealizadores do Curso de Preparação Profética (CPP) e do Encontro anual de Jovens “Preparando Soldados para as Últimas Batalhas”. E-mail:walkerharold@yahoo.com

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