sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A solução de Deus por Harold Walker - parte 1


A Bíblia é um livro que fala do propósito de Deus para o homem na terra. Não é apenas uma coletânea de histórias interessantes e desconexas. Através dela temos a descrição de como o plano de Deus está se desenvolvendo para chegar a sua consumação. Para sabermos como viver em nossa geração, precisamos saber o que Deus está fazendo hoje e o que ele quer realizar através de nós. Por isto precisamos saber em que fase o plano eterno de Deus se encontra hoje.

As duas principais divisões da Bíblia são o Velho Testamento e o Novo Testamento. Falam de duas alianças que Deus fez com o homem: uma através da lei e outra através da graça, uma através de nossas obras e outra através da obra consumada de Jesus na cruz. 



Como se pode notar, são totalmente diferentes entre si. Na primeira Deus fala (a lei) e o homem faz (esforço humano para obedecer) e na segunda Deus faz (a morte de Cristo no cruz) e o homem fala (confessa com a boca e crê no coração). Porém, há algo em comum entre as duas ¾ o seu alvo é o mesmo. Tanto na Velha como na Nova Aliança o objetivo de Deus é formar um povo à sua imagem e semelhança. Deus é amor, portanto o povo que Deus queria formar nas duas alianças é um povo cuja característica principal é o amor divino. É um povo liberto do amor egocêntrico e que vive uma vida "outrocêntrica". O resumo da lei é amar a Deus acima de todas as coisas e o próximo como a si mesmo! (Mt 22.34-40) O objetivo da Nova Aliança é o mesmo: "...para que haja neles aquele amor com que me amaste..." (Jo 17.26).

O Fracasso do Homem

Quando lemos o Velho Testamento deparamos com um fato tão enfatizado e repetido, que às vezes se torna até cansativo: o homem nunca consegue atingir este alvo de Deus. Deus é fiel mas o homem é sempre infiel. Vez após vez Deus deu uma nova chance para o povo e este, mesmo fazendo uma aliança de obedecer sua lei, sempre entrou em desobediência e apostasia. Mesmo sendo tremendamente longânimo e misericordioso, no fim Deus perde a paciência, deixa de exortá-los a se arrependerem e passa a prometer destruição e cativeiro. 

Há vários capítulos no Velho Testamento onde esta situação é descrita por alguém que resume a história do povo de Deus. Salmo 106 e Ezequiel 20 são alguns dos muitos exemplos encontrados na Bíblia. Se alguém ainda crê que o homem é inerentemente bom e que pode cumprir a lei de Deus pelas suas próprias forças, é porque ainda não leu suficientemente o Velho Testamento. A lição do Velho Testamento (que é três vezes maior que o Novo!) é que o homem é um fracasso. A Velha Aliança falhou e não atingiu o objetivo de formar um povo que praticasse o amor a Deus e ao próximo. Deus cumpriu a sua parte mas o homem não cumpriu a sua, mesmo que Deus lhe oferecesse chances e muitas exortações pelos profetas.

Há, entretanto, no meio de toda esta deprimente situação um outro elemento que traz luz e esperança. Na hora mais escura de Israel quando os profetas, por causa do pecado do povo, estavam anunciando destruição irremediável e certa, Deus começou a anunciar por meio dos mesmos profetas a sua solução para o homem. Nós, evangélicos, temos a tendência de nos contentar com um conhecimento superficial das coisas e não prestar atenção àquilo que Deus realmente quer falar através da Palavra. 

Muitas vezes damos respostas de "escola dominical" sem aplicação para o assunto em pauta. Por exemplo, se alguém lhe perguntasse agora qual a solução de Deus mais enfatizada em todo o Velho Testamento, qual seria sua resposta? Antes de responder procure se despir da mentalidade gentílica e imagine-se um judeu antes da vinda de Cristo que tivesse apenas o Velho Testamento para achar a resposta. 

Por um lado, você conhece bem a história do seu povo e de seus repetidos fracassos e, aparentemente, mesmo que houvesse uma restauração, não haveria como evitar uma outra recaída. Por outro lado, você sabe pela leitura dos profetas nas sinagogas todo sábado, que Deus prometeu dar uma solução final que resolveria para sempre o problema. E quando esta solução viesse, haveria um reino eterno de um povo santo e cumpridor da lei que governaria toda a terra. Todas as nações subiriam para Jerusalém para aprender o segredo e nunca mais haveria apostasia. Baseado nisto mais um vez eu perguntaria, que solução era esta?

Os gentios também, apesar de não olharem as coisas do ponto de vista de Deus e da sua palavra, anseiam por uma sociedade perfeita onde reinam a paz, o amor, a justiça e a alegria. Hoje há muitos "ismos" por aí declarando que descobriram a solução: comunismo, capitalismo, socialismo etc. Porém, à medida que são praticados, logo prova-se seu fracasso. 

Por mais que o homem seja civilizado, educado, orientado e desenvolvido, a maldita raiz de egocentrismo estraga tudo e produz guerra, crime, corrupção e injustiça. Já imaginou como seria o mundo se o amor regesse tudo e todos os esforços gastos em segurança e armamentos fossem investidos no bem-estar de outros? Mas pelo que a história nos ensina, tanto a sagrada (de Deus com seu povo) quanto a secular (dos gentios ¾ gregos, romanos, chineses, e até nós hoje) temos que admitir que esta sociedade de amor é uma utopia.

Por Harold Walker - www.revistaimpacto.com.br

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