terça-feira, 22 de setembro de 2009

O MEU CAMINHO... O SEU CAMINHO... por Roberto Lima


Neste sábado, dia 19/09/2009 estive num casamento numa pequena igreja presbiteriana onde o pastor celebrou o casamento com um pastor do movimento G12.

Lado a lado dois reconhecidos pastores que têm levado seus ministérios com integridade sem os extremos que vemos por aí. Mas ao abrirem a boca logo se nota a diferença da pregação. Enquanto um mais centrado na Bíblia, o outro simplesmente parecia não saber o que falar. Isso porque a ênfase é tão grande na visão de células, tão grande que quando se muda de assunto, não tem assunto.

Fico me perguntando quando é que a igreja evangélica se perdeu deixando o evangelho por tantos outros atrativos. O caminho da igreja evangélica eu não sei ao certo, mas o meu, eu bem conheço

Desde que me conheço por gente vou à igreja. Até me lembro dormindo nos bancos de ripas azuis, feito os bancos da praça, na igreja O Brasil Para Cristo em Sta Bárbara d´Oeste em 1973.

Desde então passei por vários movimentos pentecostais e nunca, NUNCA mesmo eu tinha ouvido/percebido falar do evangelho da graça. Sempre ouvi do esforço de ganhar o ceú, da luta pela salvação, do reconhecimento das nossas obras pelo galardão, o evangelizar procurando não ser cortado, ou então ganhar mais uma pedrinha na coroa.

Evangelho? Graça? Nunca ouvi... nunca notei...

Me lembro que na década de 90 onde participei ativamente do movimento das Comunidades Evangélicas culminando em 2000 na Sara Nossa Terra, somente no início deste movimento, com o Téo, Pastor Teodoro, falecido no ano passado, ouvi falar e cantar sobre graça. Depois... nunca mais. Sempre a ênfase era no esforço.

Mas nunca entendi sobre o evangelho, tanto assim que sempre busquei ser o melhor, o mais correto possível, e o mais santo entre os santos. Só sabia que tinha que fazer por merecer a salvação, e fazer muito porque a porta era muito estreita e poucos eram os que entravam por ela.

Ainda no movimento das Comunidades participei de diversos outros: O do discipulado, dos Grupos Caseiros, do Crescimento da Igreja, do G12.

Saí da Sara Nossa Terra em 2003 e migrei para o movimento de Adoração Extravagante com Casa de Davi, FOgo e Glória, Santa Geração etc.

Isso foi radicalmente maravilhoso para mim. Deus se tornou tão real, tão amável, tão Pai quanto nunca eu tinha sentido. E esta é a palavra chave deste tempo: Sentido.

Sentir Deus ao invés de apenas pensar, falar, estudar ou entender sobre ele. Ouvir a Sua voz e sentir o Seu toque. Realmente foi diferente de tudo o que eu aprendi e ivi com Deus.

Mas em todo esse tempo ainda tinha minha boa base pentecostal me levando do céu ao inferno em instantes. Não podia suportar nem que fosse um pensamento impuro ou uma palavra dita que pudesse ter duplo sentido ou magoado alguém.

A santidade imperava no meu relacionamento com Deus e por isso era muitas vezes insuportável. Digo isto porque às vezes parecia que em nossas reuniões os céus desciam à terra ou éramos nós os que subíamos. Mas era só descer do "meu monte santo" e eu já me pegava gritando irado com meus filhos ou maltratando minha esposa sem motivo aparente.

Quando isso aocntecia o sentimento de culpa erea terrível. Ficava depressivo e chorava muito.

"Como eu posso retribuir ao meu Deus e Pai o seu amor com meus pecados? Como posso pagar com mal o bem recebido?"

Morrer para mim mesmo; renunciar; pra Jesus tudo para mim nada... eram as frases comuns nesse tempo.

Mas alguma coisa ainda faltava. Alguma coisa que pudesse realmente me libertar e me dar paz com Deus.

Nesse tempo, o evangelho da graça mais me parecia libertinagem do que caminho para a liberdade. Era mais uma forma de desculpar as pessoas dos pecados que elas cometiam e não queriam largar.

E sempe foi assim, quanto mais radical em santidade muito menos amor e compaixão com as pessoas.

Queríamos alcançar os drogados, as prostitutas, os homossexuais, mas não conseguíamos suportar um dos nossos, que já havia aceitado a Jesus, que participava de nossas reuniões apaixonadas por Deus, pudesse ter uma recaída com algum vício, alguma questão moral ou conflito sexual.

Radicais no nosso amor pelos perdidos e perdidos no nosso amor pelos irmãos.

Tão santo era o nosso grupo que era difícil para aqueles que "pecavam" continuar a frequentar o nosso meio.

Com o passar do tempo só ficaram os apaixonados neróticos culpados e os hipócritas.

Onde estava Deus? Onde estava o Pai? Onde estava a nuvem de glória? Onde estavam os sinais?

Nesse contexto fui conhecendo e deixando que o meu entendimento sobre a graça e o amor de Deus em abrisse os olhos. Deus foi muito bom comigo me protegendo e me ajudando a entender e aceitar o novo Dele pra minha vida.

Hoje, depois de 3 anos lendo, compartilhando e vivendo a graça de Deus, sinto saudades daquele tempo de mover de Deus, mas não dá para trocar a paz com Deus e o amor que sinto da parte Dele agora.

Ainda me sinto desequilibrado, isto é, saí de um extremo e fui para o outro e agora preciso retornar ao centro. Para isso conto com a bondade de Deus a meu favor, sem a qual nem conseguirei sair de onde estou.

Para onde estou indo hoje? Para qual movimento? Qual é o meu caminho?

Não sei não...

Mas como estou bem acompanhado... quero estar somente atento em segui-LO...

Não sei para onde vou... mas sei com quem vou... isso me basta!!!

Qual é o seu caminho?... Se estiver seguindo a Jesus... sempre estará no caminho certo!

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