sexta-feira, 10 de abril de 2009

O Curador Ferido Henri Nouwen


Henri Nouwen explorou este tema com profundidade e sensibilidade em sua obra clássica O curador ferido. Ele conta a história de um rabino que perguntou ao profeta Elias quando o Messias viria. Elias respondeu que o rabino deveria perguntar diretamente ao Messias, e que o encontraria sentado nos portões da cidade. — Como saberei que é ele? — perguntou o rabino. Elias respondeu: — Ele está sentado entre os pobres, coberto de feridas. Os outros desatam todas as suas feridas ao mesmo tempo e, então, as atam novamente. Mas, o Messias desata uma por vez e as reata novamente, dizendo para si mesmo: "Talvez eu seja necessário. Se assim for, devo sempre estar pronto de forma a não me demorar nem por um momento".

O Servo sofredor de Isaías reconhece suas feridas, mostra-as e disponibiliza-as para a comunidade como um meio de cura.

O curador ferido conclui que a graça e a cura são transmitidas por meio da vulnerabilidade de homens e mulheres que foram atropelados pela vida e tiveram o coração rasgado.

A serviço do Amor, apenas os soldados feridos podem se alistar.


Os Alcoólicos Anônimos são uma comunidade de curadores feridos. O psiquiatra James Knight escreveu:

Estas pessoas tiveram a vida exposta e pressionada até a beira da destruição pelo alcoolismo e pelos problemas que o acompanham. Quando essas pessoas ressurgem das cinzas do fogo do inferno, que é a escravidão do vício, têm uma compreensão, uma sensibilidade e uma disposição para entrar e se manter em encontros curadores com seus companheiros alcoólatras. Nesse encontro não podem, nem se permitirão, esquecer sua transgressão e vulnerabilidade. Suas feridas são reconhecidas, aceitas e mantidas à vista. Além disso, elas são usadas para iluminar e estabilizar suas vidas enquanto trabalham para trazer a cura da sobriedade a seus irmãos e irmãs alcoólatras e, às vezes, a filhos e filhas. A eficácia dos membros do AA no cuidado e tratamento de seus companheiros alcoólatras é uma das histórias de maior sucesso de nosso tempo e ilustra, vividamente, o poder das feridas quando usadas, produtivamente, para aliviar o fardo de dor e sofrimento.

Retirado do livro:
O Impostor que habita em mim
Brennam Manning

Nenhum comentário:

Postar um comentário