quarta-feira, 7 de abril de 2010

Culpa e Graça (Rm 4:7,8) por Tomaz de Aquino


Paulo define sua tarefa como sendo a de chamar dentre todas as nações um povo para obediência pela fé (v,5).

Ele afirma que o que dispunha para isso era o evangelho que é o poder de Deus tanto para judeus como para grego (v,16) – não tem povo especial.

A ira de Deus é revelada dos céus contrata toda impiedade e injustiça dos homes que suprimem a verdade pela injustiça (v,18) – quer judeus ou gregos.

Ele afirma que os homens são indesculpáveis (v,20).Ele começa a falar dos erros dos romanos que tem a ver com todos os erros morais que conhecemos e combatemos. Mas também apresenta outras práticas erradas e dentre elas algumas não tão morais (1:29-31).

Se a carta acabasse aqui poderia surgir a possibilidade de que estes seriam os erros que Deus condena e que seria encontrados entre gentios, não judeus, não evangélicos.

OUÇA AQUI ESTA MENSAGEM

Então Paulo passa a falar dos crentes judeus.
Você que julga os outros é indesculpável (2:1); ou seja, nos judeus aconteciam as mesmas coisas.
Paulo estabelece igualdade entre judeus e gregos, entre todas as pessoas. Deus retribuirá a todos conforme seu procedimento (2:6). Quem pratica o mal quer seja judeu ou grego sofrerá.

Tanto a punição quanto a benção é para Judeu como para grego, porque Deus não é parcial.

O judeu achava ser melhor então Paulo afirma que não há vantagem nenhuma em ser judeu (3:9).

Na carta aos romanos quando Paulo mostra que tanto judeus quanto romanos, ainda que com pecados diferentes, são pecadores do mesmo jeito.

Paulo conclui que todos somos iguais, não há justos, todos se desviaram (3:10).
Porque todos somos iguais, judeu e grego, evangélico e não evangélico, chegou a justiça que vem de Deus, ou seja, todos os que crêem são declarados igualmente justos e perdoados. Todos igualmente justificados pela graça que há em Jesus (3:21-24).

Não há motivo de vangloria por ser judeu, grego, evangélico ou não evangélico. Deus é Deus dos judeus e dos gentios (3:27,29).

Tendo apresentado a graça que vem pela fé que perdoa todos os nossos pecados, Paulo cita Davi no Salmo 32: “feliz os que têm suas transgressões perdoadas, seus pecados apagados. Feliz a quem o Senhor não atribui culpa”.Parafraseando é o mesmo que dizer: Felizes os que conheceram a graça e por ela ter se instalado em sua vida a culpa reconhecida foi removida.

A graça instalada nos livra de qualquer acusação, nos torna inimputável, ao mesmo tempo que não nos dá carta de alforria para viver como os romanos.

Alguns crentes acham que estão livres da lei para soltar a franga com os romanos. Outros acham que não praticam os mesmos pecados dos romanos e então são melhores.

A verdade é que:

1. Nós temos pecados e tais pecados agregam culpa real.

2. Deus trata da culpa e dos pecados através da sua Graça.

Até que reconheçamos culpa não haverá graça instalada na vida.A graça é algo que está feito e é. Não necessariamente porque está feito e é, se torna pra você. É somente quando abraço a graça, admito os meus pecados como pecado mesmo, é que a graça se torna pra mim.

A graça e a culpa real podem andar de mãos dadas.

A culpa real nos faz mais consciente de Deus, mais consciente da necessidade da sua graça.

A culpa real antecede a graça na vida. Ela é o sinal do Espírito de que algo está errado em nós. Quando admitimos tal culpa a Deus estamos abraçamos a graça já feita pra nós.

A culpa real é uma bênção.

Culpa real que não se faz acompanhada de sentimento de culpa é desgraça e morte.

Tem gente que está tão bem que já não sente mais culpa de nada.

É uma bênção não ficar sem culpa quando tratar alguém mal, quando for grosseiro com a esposa, quando mente, quando defrauda, quando fala mal.

Bem aventurado quem experimenta a culpa quando há razão para a culpa.

Sentir culpa sem culpa real é doença.

Graça de Deus sem consciência de Deus só produz psicopatas, religiosidade, hipocrisia.

Paulo evoca Davi para dizer que felizes são os que reconheceram sua culpa e assim experimentaram a graça do Pai.

A culpa aparece somente para ser removida pela graça.

Enquanto eu calo meus pecados pode tudo está feito, mas nada se torna pra mim.

Calar seus pecados o leva a desgraça. Falar seus pecados o leva a graça do Pai.

Quem guarda seus pecados perde a alegria do reino, o prazer da presença de Deus.

A consciência deve viver a bênção da culpa real a fim de que a graça se instale. Chega de recitar versículos enquanto você se alimenta de gemidos todos os dias.

O caminho para abraçar a graça é reconhecer sua culpa real, confessá-la, e assim experimentar o perdão gracioso do Pai. Então o que está feito se torna em mim.

A graça que me acolhe é a graça que me transforma.

Tudo isso pela fé em Jesus, pois o justo vive como justo não pelo que faz ou não faz, mas pela fé em quem o justificou.

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