domingo, 8 de março de 2009

Round 1 - Quem sou eu?


Quem é você? Como você se apresenta para as pessoas? Com certeza com seu nome, não é mesmo? Vejamos então alguns significados de nomes:

Adriana - deusa das trevas, mulher de pele morena.
Alexandre - defensor da espécie humana.
Anésio - desmemoriado.
Carlos -
lavrador.
César - de cabelo grande.
Cláudio - aleijado, manco.
Gérson - estrangeiro.
Priscila - pequena idosa.
Roberto - aquele que brilha na glória e na fama.

Nós nos apresentamos pelo nosso nome, mas na verdade não o somos. Você conhece algum Cláudio? E ele é aleijado? Você conhece algum Alexandre? E realmente ele é o salvador da humanidade? E o que dizer das Adrianas, as deusas das trevas? Você conhece alguma? E os Robertos que você conhece, todos vivem de fama e glória?

Claro que não, claro que não.

A segunda pergunta me vem à mente: Se você não é quem você diz ser, então quem você é? Se você tivesse que fazer uma apresentação de quem você é, sem poder falar o seu nome, como se apresentaria?

Normalmente quando eu faço essa dinâmica as pessoas se apresentam com suas profissões: Sou doutor, empresário, funileiro, dentista, pastor, padre, juiz, professor etc... etc...

Ou então com suas características emocionais: Sou uma pessoa extrovertida, alegre, tímida, introspectiva, colérica, sanguínea etc.. etc..

Essas características não definem realmente como a pessoa é, mas como ela está, pois qualquer profissional pode mudar de profissão, quer seja por livre e espontânea vontade, quer por causa de novos negócios em que se envolveram, quer por situações que os impediram de exercer a profissão, como por exemplo, doenças, acidentes, etc.

Também emocionalmente as pessoas podem mudar com o tempo. Os fatores que influenciam para que isso aconteça são os mais diversos: Amadurecimento emocional, tragédias pessoais, doenças, profissão etc.

Mas a pergunta ainda fica: Quem é você? E esta pergunta está no centro de cada ser humano e repercute desde as eras mais remotas da humanidade.

Jesus contou uma parábola de dois homens que se apresentaram perante Deus dizendo quem eram. Veja a estória em Lucas 18:9-14 :

E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros:
Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano.
O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: O Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.

O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: O Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.

Todos os outros religiosos em geral, mas principalmente hoje, na igreja evangélica tem a síndrome do fariseu cada vez mais forte.

Quando convertem e vêm pra igreja parece que todos se tornam SUPERIORES aos amigos não crentes, MENOSPREZAM os católicos e espíritas que são de outras religiões, e se tornam ardentes evangelizadores para o grupo ou igreja que pertencem.

Na maioria das vezes quando pensam em ganhar alguém pra Jesus tem a ver mais com aumentar o nosso grupo e fazê-lo mais forte, do que pregar as boas novas para que a pessoa seja salva.

Isto ocorre porque os conceitos estão todos errados na nossa cabeça e isto nos tira do caminho de Deus.

O DEUS TEMPLO

No velho testamento foi dado ao povo de Israel um lugar onde pudessem fazer sacrifícios e ofertas a Deus. Um único lugar no mundo inteiro sendo que, durante o ano eles deveriam voltar para este lugar para comemorar 3 grandes festas, a da Páscoa, a de Pentecostes e a de Tabernáculos. Isto era mandamento de Deus.

Lembrando que era abominação fazer sacrifícios em qualquer outro lugar. Quando os judeus saíram da sua terra perseguidos por inimigos, eles não podiam ir mais ao templo em Jerusalém, e então eles construíam as sinagogas.

Sinagoga não é um templo, é só um lugar para se ajuntar e conversar sobre assuntos do interesse do povo. É como se fosse uma câmara municipal. E como religião e política para o judeu estava tudo muito junto, eles também liam e estudavam as escrituras nas sinagogas.

Mas o templo se tornou o fim da adoração para eles. Ele começou a ser cultuado também. O templo apontava para Jesus, o único lugar, o único caminho pelo qual qualquer homem na face da terra pode buscar a Deus. Fora dele, em nenhum outro nome, em nenhuma outra pessoa.

Quando o salmista fala dos átrios da Casa de Deus, quando Malaquias fala dos dízimos e ofertas, eles não estão falando das nossas igrejas, eles estão falando do templo de Jerusalém. Hoje, o Templo de Deus na terra são os homens que, reunidos dois ou três formam a igreja onde Jesus está presente em qualquer lugar do mundo.

Por isso é mais importante ajudar o próximo do que dar dízimos e ofertas nas igrejas. Tem gente que deixa de ajudar pai e mãe, os deixa em dificuldades e ao invés disso dá dízimos e ofertas na igreja. Isto é coar um mosquito e engolir um camelo.

Não estou dizendo com isso que não podemos investir nosso dinheiro nas igrejas... não é isto! Estou dizendo que você não pode deixar o seu próximo passando necessidade enquanto dá o seu dízimo na igreja porque você acha que vai ser mais abençoado. Isso é abominação.

Investir em projetos que propaguem o Evangelho, que ajudem as pessoas, que promovam o bem social é uma postura digna e inteligente, devemos fazer isso.

Outra parábola esclarece muito bem isso, a do Bom Samaritano.

Quantas vezes já me perguntaram: Roberto, é pecado eu deixar de dar o dízimo pra ajudar minha família?

Ora, eu sempre disse pra ela: Dê o seu dízimo pra Deus, na casa de Deus, na nossa igreja, onde você congrega, onde você se alimenta (deixando bem claro que não podia dar nem pra outra igreja semelhante) e ajude a sua família com o seu dinheiro!

Quanta hipocrisia, quanta religiosidade e farisaísmo da minha parte! Vivi isso intensamente e sei hoje que estava totalmente errado. Mas eu tinha o mesmo sentimento do sacerdote e do levita que passaram perto do quase morto na estrada para Jericó.

Se o sacerdote e o levita fossem ver o moribundo e ele realmente estivesse morto, isso os contaminaria e eles não poderiam fazer o seu serviço no Templo, pois ficariam imundos conforme determina a lei.

Nesta parábola Jesus diz que é melhor você ajudar as pessoas que necessitam de você do que estar bem para cumprir a liturgia religiosa. Que o culto a Deus passa pelo próximo. Ele nem diz seu irmão, e sim o seu próximo, que pode ser qualquer pessoa necessitada que esteja PRÓXIMO de você.

Quanta gente não pode ajudar os outros porque tem que dar o dinheiro na igreja... Quanta gente não pode ajudar os outros porque está no horário do culto ou da missa...
Quanta gente não pode ajudar os outros porque tem um cargo na igreja...
Quanta gente não pode ajudar os outros porque esse não é o seu dom...
Quanta gente não pode ajudar os outros porque são de outras religiões...
Quanta gente não pode ajudar os outros porque não pode ser visto naquele lugar de pecado...
Quanta gente não pode ajudar os outros... quanta gente...

E o samaritano, que sabe pouco de Deus, sabe pouco de religião, tem muito mais consciência das necessidades dos outros para poder ajudar só por ajudar, só porque tem um SER HUMANO necessitando da sua ajuda é apontado por Jesus como alguém que fez a vontade de Deus.

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