terça-feira, 30 de junho de 2009

Debate sobre o livro A Cabana

Ocorreu na noite de 27 de abril na IBAB um debate sobre o livro A Cabana de Willian P. Young. Ed René Kivitz atuou como mediador entre o pastor Ariovaldo Ramos e Ricardo Gouvêa, atual pastor da Igreja Presbiteriana do Limão. O debate faz parte do fórum de reflexão teológica que atualmente esta com o tema Deus no banco dos réus.

O debate foi um ping-pong onde Ed René leu algumas perguntas da platéia e alternadamente os debatedores davam sua interpretação as questões levantadas. Entretanto antes das perguntas Ed René abriu espaço de 10 minutos para cada debatedor falar sobre sua impressão do livro.

Ricardo Gouveia

Polêmico e instigador como sempre, Ricardo Gouvêa iniciou sua fala dizendo que o livro A Cabana do ponto de vista literário é uma obra medíocre demais. Que o livro nunca será um clássico da literatura cristã como foi, por exemplo, O Peregrino de John Bunyan. Gouvêa afirmou que William P. Young não é um homem das artes literárias, mas simplesmente um teólogo que escreveu uma obra de ficção apresentando conceitos sobre Deus. A responder uma pergunta de Ed René sobre o que o livro diz sobre o sofrimento, Gouvêa diz que o problema do sofrimento não tem solução e que o evangelho não tem obrigação de dar esta resposta e que devemos reconhecer que o sofrimento faz parte da raça humana e que o autor do livro mostra que Deus sofre conosco, sendo que o maior sofrimento foi feito com seu filho Jesus na cruz. Gouveia afirma, entretanto que o livro apesar de polêmico, é bastante conservador em sua teologia, pois falando sobre pecado original, trindade e soberania divina, apresenta os conceitos clássicos da teologia. É a velha história da salvação recontada de uma nova forma e roupagem. Gouvêa também diz que não gostou do final do livro “Happy End” em que tudo dá certo no final e o criminoso é preso. Gouvêa termina sua fala citando um trecho do livro na página 176 – “A fé não cresce na casa da certeza”.

Mesa debate sobre o livro A Cabana

Mesa do debate sobre o livro A Cabana formada por Ariovaldo Ramos, Ed René Kivitz e Ricardo Quadros Gouvêa


Ariovaldo Ramos disse não querer analisar o livro como obra literária, mas sim como um livro que apresenta uma visão sobre Deus e o sofrimento, pois no quando Deus é questionado em relação ao que faria a respeito do sofrimento humano, a resposta é que Deus já fez através de Cristo na cruz. Ariovaldo explica que por ser de origem anglo-saxão, o autor é influenciado a terminar o livro com um final feliz. Ariovaldo afirmou que gostou da interpretação dada pelo autor em relação à trindade, pois ali esta o conceito de paternidade, maternidade e filiação.

plenaria

Retirado do blog http://alexfajardo.wordpress.com/2009/04/28/debate-sobre-o-livro-a-cabana/
Contribuição da Sammy.

Leia o livro e veja que maravilhoso ele é e como suscita tanta admiração e polêmica.
Veja o comentário da Sammy: https://www.blogger.com/comment.g?blogID=6272041167325302764&postID=3653371956344481000&isPopup=true

Se quiser baixar o livro - A CABANA - DOWNLOAD.

2 comentários:

  1. Olá irmão Roberto,
    Eu já li o livro "A Cabana" e, realmente, ele é maravilhoso. Relacionar-se intimamente com o Senhor é algo que parece estar sendo esquecido na igreja de hoje em dia. A visão de que Deus é uma fonte de onde jorram bênçãos e milagres a todo momento me parece meio simplória demais, dada a grandiosidade do que está por trás dessa fonte: o Amor e a Graça dEle. Sim, o Senhor abençoa e opera milagres, e isso é fato, mas acredito que falte a igreja de hoje o Amor sincero, aquele que não espera nada em troca, nem se esfria quando não obtemos a resposta das nossas orações. E o livro fala disso. Quando o homem se "decepciona" com Deus é porque ele não O conhece de verdade. E nós só O conhecemos de verdade se não buscamos nada além do que a doce presença dEle em nosso viver.

    ...

    Acho que a essa hora, você já deve ter se perguntado "quem é esse cara?" rsrs

    Eu sou o namorado da Renata, a menina do comentário na postagem anterior. Ela falou tão bem do seu blog que eu resolvi visitar também.

    Se você não se importar, eu vou adicionar o seu blog nos meus feeds...

    Bem irmão, que o Senhor continue a derramar mais dEle sobre a sua vida.

    Paz!

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  2. Acho que “A Cabana” tem muito mais a dizer do que a grande maioria dos evangélicos que conheço e das igrejas que conheci, muito embora, do ponto de vista literário, seja um livro fraco. Como conheço um pouco da Bíblia e sou reticente com relação a mesma, pois expressa praticamente a vertente judaica do conceito de Deus, acredito que A Cabana é uma tentativa de traduzir de uma maneira mais indulgente o cristianismo, já que o criatianismo “vigente” é sobretudo intolerante com outras manifestações de fé. No geral, o livro parece querer desmistificar o pragmatismo cristão (embora esse não seja o foco do enredo), ou tenta fazer parecer que o evangelho é de fato uma proposição libertária de Deus.
    Enfim, se lido como uma literatura “neutra” passa uma mensagem positiva focada na auto ajuda, mas confesso que o tempo todo fiquei incomodado com a contrução literária (à la Paulo Coelho) e, principalmente, com o forte teor evangélico! Aquele típico modelo estadunidense de crente e família critã (que aliás experimenta-se por aqui). Confesso que isso me incomodou o tempo todo, ou seja, de neutro o livro não tem nada! Só faltou vir acompanhado de um folheto fazendo o apelo, a oração de entrega e orientando aquele que fez a tal oração a procurar a igreja mais próxima de sua residência para congregar aos domingos, blá, blá.
    Apesar das críticas e tendo em vista o empobrecimento da mensagem cristã hoje difundida principalmente na TV o “evangelho segundo Young” me parece um grande avanço!

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