quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Eu, o Evangelho e a Prosperidade por Roberto Lima

Qualquer definição que temos hoje de prosperidade e felicidade exclui Deus.

Ouvimos que os que tem grande fé não devem ter dor, não devem estar endividados, não podem sentir medo nem ansiedade, deve ter seus inimigos subjugados, deve ter uma boa casa, uma boa família, um bom carro e um bom emprego.

Bem, se é assim, Jesus e todos os apóstolos estariam fora desse padrão.

É só você ler a Bíblia que você vê claramente que isso é uma mentira.

A felicidade de todos os que amam a Jesus sempre foi e sempre será querer fazer a vontade de Deus. E fazer a vontade de Deus sempre te trará muitos problemas. Problemas de todo tipo.

Tanto é assim, que a Bíblia diz que se todo mundo está bem com você e você está de bom tudo na sua vida... então você está desviado da vontade de Deus.

Enviarei vocês como ovelhas para o meio de lobos - Jesus.

No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo - Jesus.

Ah, mas Jesus se fez pobre para que eu fosse rico, passou dor para que eu não sofresse, foi humilhado para que eu seja exaltado.

Ora bolas, não foi só Jesus não... foi Jesus, os apóstolos, os discípulos dos apóstolos, os que morreram nas fogueiras dos imperadores romanos, ou nas arenas com leões, e todos aqueles que até hoje são perseguidos em todo mundo por serem cristãos.

Criamos e aceitamos esse grande e famoso monstro angelical que nos chama a sermos cabeça e não cauda, de sermos exemplos de prosperidade reinando em vida com luxo, dinheiro e bens.

Durante muito tempo, anos a fio eu fiz parte disso, mas uma coisa sempre me trazia dúvidas... esse evangelho da prosperidade funcionaria no China perseguida? Nos países muçulmanos? No sertão nordestino? Nas tribos indígenas?

Participei de tudo, mas questionava... se isso for evangelho verdadeiro deve funcionar em toda a terra, em todos os lugares, em todas as culturas, com todas as pessoas.

O Evangelho, porém, é o poder de Deus para a salvação das pessoas, mas esse "evangelho" pregado é uma perdição que nos leva cada vez mais ao abismo da incredulidade.

Hoje me daria vergonha morar numa casa enorme, com piscina, vários carros esbanjando e ostentando prosperidade enquanto tantos amigos e irmãos tão próximos vivem numa dificuldade enorme.

Por isso é que creio que os que ganham dinheiro, os que tem tino para negócios, os que sabem ganhar dinheiro, deveriam compartilhar desses dons e habilidades para suprir os que têm outras habilidade que não estas.

Porque não criarmos empresas sociais onde ensinamos e fomentamos projetos de geração de renda em oportunidade de trabalho?

Não estou falando em ONGs... estou falando em compartilhar seus dons.

Enquanto isso não acontecer veremos irmãos muito ricos e outros muito pobres tomando a ceia juntos numa mesma igreja (denominação) para vergonha de todos nós.

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