Há alguns anos atrás, eu no auge do meu ministério e tendo várias experiências com Deus, achava que era imortal. Até, na verdade tinha um refrão que sempre falava: Sou imortal até que o propósito de Deus se cumpra na minha vida!
Essa frase era pano de fundo para algo muito latente em mim, a arrogância.
Arrogância por achar que Deus precisa de mim tanto, que não pode fazer a Sua Obra sem que eu esteja inserido nela.
Eu simplesmente achava que era impossível que fosse a vontade de Deus que eu morresse, por isso, só o diabo poderia querer a minha morte.
Eu pensava na morte de um cara como eu como uma fatalidade para os planos de Deus, um desperdício, o que causaria uma grave alteração na história.
Da mesma forma que cria que era a vontade de Deu me manter vivo, pensava em, se o diabo conseguissesse me matar, como tornar relevante também a minha morte.
Pensava que tinha que deixar alguma mensagem para que, se eu morresse, alguém pudesse usá-la para motivação, fortalecimento e consolo de outras pessoas. Isto é, minha morte deveria ser tida como uma grande perda para todos.
Por causa desse pano de fundo é que a morte TINHA que ser coisa do diabo, e por isso, para mim, era inconcebíbel a morte de algum crente realmente convertido e cheio de fé.
O medo de morrer sem deixar uma mensagem ou algo que as pessoas pudessem ver como eu morri com honra, ou dando um testemunho de fé, era angustiante.
Nunca pensei que eu era um co-participante com Cristo, um mensageiro Dele, um co-herdeiro, um filho adotivo, um servo de Cristo.
Sempre achei que eu era protagonista dessa história, o amigo do Noivo, aquele que foi encarregado da Grande Comissão, de preparar a Noiva para Cristo.
Ledo engano.
Hoje entendo a minha pequenez e fragilidade. Entendi que o protagonista dessa história é o Espírito Santo, que é também o Amigo do Noivo e encarregado de levar a Grande Comissão até o seu final.
Deus não precisa de mim e do que eu possa fazer, Ele nunca colocaria nada pra fazermos que Ele mesmo não esteja fazendo. Meu papel é mais de me sentir agradecido por participar da Obra que Deus está fazendo do que de chefe de obras dos céus.
Naquela época eu trabalhava muito e não queria perder um segundo sequer, pois achava que estava perdendo o tempo de Deus. O ativismo era uma marca em mim.
Hoje vejo que as pessoas que só trabalham estão a caminho da auto suficiência e do estresse.
Somos chamados para o descanso. Quando só trabalho, só trabalho... a vida, o mundo, a salvação das pessoas, Deus... dependem de mim e do que eu faço. Mas a novidade é que, SE VOCÊ SAIR DO JOGO... O JOGO CONTINUA!
Pessoas que se acham importantes, mais importantes do que realmente são, a morte é algo aterrorizante. A morte é uma derrota, um equívoco, uma decepção.
"Eu poderia produzir muito mais ainda!" Podem pensar.
O que eles não sabem é que "Preciosa é para o Senhor, a morte dos seus santos."
Penso que a nossa maior tarefa, nosso maior empenho, nosso maior trabalho seja atrapalhar menos, estragar menos, dificultar menos toda a obra a Deus.
E ainda mais, acredito que CADA UM DEVE FAZER A SUA PARTE ENQUANTO DEUS FAZ TUDO... até a sua parte.
É assim que acredito, e é assim que descanso, e é assim que acredito que Deus faz tanto o querer quanto o realizar na nossa vida.
Por isso não oro mais até Deus atender as minhas orações... porque eu oro como quem fala com o meu pai... todo dia... toda ora... sem amém.
Por isso não jejuo mais até comover o coração de Deus, ao contrário, descanso na firme certeza que não pdoeria fazer melhor do que Aquele que tudo pode e me ama. Descansar e crer no seu amor é minha parte nesse trabalho
Jogar o jogo da vida às vezes até é gostoso, às vezes até tem aventuras, às vezes até dá pra ganhar alguma coisa. Mas com 42 anos já sei que a maior parte desse jogo é tristeza e dor.
E quando penso no que Jesus fez por mim... e no que Ele quer de Mim... só consigo imaginar Ele me dizendo:
"O JOGO ACABOU... AGORA VOCÊ PODE DESCANSAR!"
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