quarta-feira, 5 de maio de 2010

O que eu poderia e o que eu sou... Rev. Digão

Eu poderia dizer o quanto a igreja evangélica brasileira se perdeu na história. Como ela tem se vendido, ao contrário de Jesus, que Se entregou.

Eu poderia dizer o quanto os crentes têm sido hipócritas, egoístas, interesseiros e mesquinhos. Como, com suas atitudes, fazem de Deus um mentiroso.

Eu poderia dizer o quanto os pastores abandonaram a sua vocação principal, que é ensinar, aconselhar, ouvir, encorajar, admoestar os seus congregados, condenar o pecado neles e deles, falar de Jesus para quem ainda não O conhece (ou seja, pastorear) e, em vez disso, têm se tornado administradores de um negócio religioso às vezes lucrativo e que se faz passar por igreja, tomando-lhe até mesmo o nome.

Eu poderia dizer o quanto o sistema religioso atual é opressor.

Eu poderia dizer que o neo-ateísmo, propagado por Dawkins e Saramago (entre outros menos cotados), é tão opressor quanto a fé cristã que dizem combater, mas que precisam para terem algo para mostrarem a esse mundo de holofotes.

Com certeza, tudo o que está escrito aí em cima é verdade. E tem muito mais verdade ainda, que não deu tempo para relatar. E, com certeza, quero falar sobre esses assuntos, pois me sinto compelido a isso.

Mas é que, há cerca de três semanas, voltando de um ensaio tarde da noite, eu vi um travesti em uma esquina escura. Ele estava todo “montado”, com roupa minúscula e cheio de maquiagem. Só que, ao ver o travesti, não esbocei nenhuma reação. Não fui ao seu encontro para falar de Jesus, para falar da vida, para falar alguma coisa. Para mostrar a ele que eu me importo, que a igreja se importa, que Jesus se importa. Mas não fiz nada. Segui meu caminho para casa.

Confesso, com horror, meu pecado de hipocrisia. Quero ser diferente, luto para ser diferente, mas o peso do pecado é muito. Como o apóstolo Paulo disse, miserável homem que sou!

Vi no Genizah
http://www.genizahvirtual.com/2010/04/o-que-eu-poderia-e-o-que-eu-sou.html

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