segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Minha Religião por Roberto Lima

Quem tem religião sabe como é: A nossa é a melhor!

Não só isso, nós lutamos por ela com afinco, maldizemos as outras, e gostamos quando os das outras religiões se ferram. Felizes só estamos quando o pessoal das outras religiões vêem para o nosso lado. Vira uma festa total.

Na verdade são muito poucos os que mudam de religião, por isso é importante catequizar os pequeninos, os baixinhos, pois eles ser influenciados por nós e, subvertido, não seguir a religião dos pais.


Sigo minha religião com moderação, mas há os fanáticos que até matam, literalmente, por ela. Eu não consigo fazer isso. O máximo que faço é humilhar as pessoas de outras religiões.

Perseguir... só quando vejo que estou por cima da carne seca... aí persigo... mas no demais uso subterfúgios: Gozação, piadas, argumentos lógicos, pesquisas etc.

Na nossa religião nosso deus é homem, porque, como todo religião, a nossa também busca nos satisfazer. Uma religião para nós, para nossa felicidade.

Tem uma religião por aí que diz que se sente feliz quando está na desgraça, mas o normal é a religião atender as nossas necessidades, por isso nosso deus é homem ou homens.

Na nossa religião há devoção, há oração, há súplicas, há jejum, há invocação, e se o nosso deus não nos atende ficamos irados com ele e trocamos de deus. O importante não é o nosso deus é a nossa religião.

Como em todas as religiões, nossos inimigos não tem a ver com almas e espíritos, mas sim com os outros caras das outras religiões. Eles sim, são inimigos que devem ser derrotados, humilhados, e alguns até mortos.

Aqueles que saem da nossa religião e se debanda pra outra são tidos como traidores e odiados por todos nós. Não aceitamos nem como nosso amigo mais, e nutrimos profundo desprezo por eles.

Como eu disse, eu não mataria ninguém, não dou conta disso, mas na minha religião tem muitos fanáticos que são capazes disso.

Nossas reuniões normalmente são de quarta e domingo no templo, onde cantamos, gritamos, fazemos nossas orações e súplicas, damos nossas ofertas e dízimos, às vezes até mais, reunimos com os irmãos e algumas vezes praticamos a batalha, que no nosso caso não é espiritual.

Me perguntaram se nossa religião deveria ser mais humana: Humana? Eu disse. Não temos nada a ver com humanidade e com Jesus. Sou Palmeirense!

Mesmo não sendo fanático... sofro, vibro, choro, dou dinheiro, menosprezo os torcedores dos outros clubes, fico depressivo quando meu time está mal, e feliz quando está bem. Todo dia quero saber das notícias do meu time, e das notícias ruins dos outros times. Nos dias de jogos e principalmente dos decisivos me descontrolo, sou outra pessoa, meu humor muda radicalmente. Isso é reflexo da minha religião. Que me afeta muito mais do que aquela outra que vou de vez em quando ouvir o pastor/padre falar.
E como fica vazio esses tempos sem o futebol de quarta e domingo. Bem, só me resta ir à igreja né?

Sou palmeirense, futebol é minha religião. É a sua também?

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