segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

ACAMPAMENTO DE CARNAVAL -por Roberto Lima


Agora, 04:05 da manhã de terça feira de carnaval, 21/02/2012, estou escrevendo o sonho que tive.

Um sonho totalmente ficção, e totalmente real.


Estava num Acampamento de Carnaval com centenas de jovens. Era o acampamento de uma igreja muito grande.

Naquela rotina de ministrações, palestras, levantar, café da manhã, almoço etc etc etc.

Até que estávamos voltando para os alojamentos depois de mais uma palestra, e eu estava nú. As pessoas até reparavam nisso, mas não davam muita bola, sua tolerância comigo era grande.

Foi quando estavam do meu lado, indo também para o alojamento, as filhas do pastor. Uma delas olhando para mim, no meu estado natural, olhou para baixo procurando ver discretamente meu genital.

Eu estava andando tapando com a mão as minhas vergonhas.

Foi quando disse pra ela:

Você já viu um?

O que?

Você já viu um?

Ah, só vi mais ou menos a silhueta, no escuro.

Se você quiser eu mostro os detalhes.

Ela sorriu com aceitação quando foi afastada por uma mulher com olhar de repreensão. Um homem de quarenta anos dando em cima de uma menina de uns 20, e ainda uma das filhas do pastor? Inaceitável!

Mais a frente outra mulher ouvindo tudo o que se passou olhou pra mim com cara fechada, tirando alguns meninos do meu lado. Agora eu era leproso e toda tolerância comigo acabou.

Já, ao chegar ao alojamento parece que as pessoas sabiam do ocorrido. O clima já estava ficando pesado.

No outro dia, logo de manhã fomos acordados por um grupo que falava de santidade e dizia sobre punições para aqueles que se comportassem de maneira errada no Acampamento.

Eu falava com todo mundo: Como é que vocês se sujeitam a pessoas que não estão preocupadas com vocês, que não vos amam, que estão preocupadas mais com números, e com o que você pode dar pra elas? Quando vocês deixarem de usar seus dons e habilidades para o engrandecimento do sonho pessoal deles, eles não vão querer mais vocês!

Fomos para mais uma palestra num grande terreno murado e com uma grande tenda feito igreja no meio. Tinha muita gente como sempre.

Ao entrar por um pequeno portão ao lado do terreno fui abordado por um dos diáconos da igreja que me trouxe sorridente (sarcástico) um envelope com muitas mensagens do tipo Correio Elegante.

É claro que, o fato do dia anterior tinha gerado toda aquela atenção para mim, e todo mundo ao meu redor estava ansioso para que eu abrisse e lesse aquelas mensagens.

Com pronta reação disse que não queria o envelope e as mensagens. São mensagens do Pai, disse o diácono querendo me persuadir.

Não, não é do meu Pai não. Não quero.

Quando o sorriso sarcástico trocou o lugar pela cara indignada, peguei o envelope com as mensagens, joguei no chão, pisei em cima e os papeizinhos se espalharam pela grama.

A indignação foi geral. Todos ao meu redor se afastaram. A esperança estampada nos olhos de todo mundo era que eu, lendo as mensagens, visse quão abominável tinha sido a minha proposta do dia anterior.

Logo um dos jovens pegou um dos papeizinhos e, querendo me obrigar a vê-lo, quase me esfregou na cara.
Empurrei, ele quis me bater, segurei e o afastei.

Isso ocorreu bem na entrada, no portão lateral. Foi quando um amigo vendo tudo aquilo me trouxe pra mais perto dele querendo me proteger.

Deixando de lado aquela situação olhei para frente tentando me concentrar no que estava acontecendo, quando, de repente senti a pancada na cabeça, e antes de desmaiar consegui olhar e ver o jovem que eu tinha empurrado com um grande pedaço de pau na mão.

Ao acordar ensanguentado já, e com todo mundo ao meu redor vi chegando outro jovem com uma arma na mão. Sem titubear pulei tentando me esquivar do tiro. Ninguém me ajudou.

Eu sentia que era de consenso que o mal deveria ser extirpado daquele santo ambiente. O assassinato de um pecador infiel (ou um rebelde) era razoável para manter a ordem e a santidade do grupo.

Sem qualquer vacilo me joguei em cima do meu agressor segurando suas mãos tentando desarmá-lo.

Caímos no chão e eu fiquei com a arma. Quando levantei a cabeça e olhei, vi que uma mulher tinha um canhão voltado pra mim e ela estava prestes a dispará-lo.

Todos estavam inertes vendo tudo.

Foi quando senti que a morte ali era o meu destino.

Mas então, parece que a história congelou, eu me levantei e com uma das minhas mãos apertei até fechar totalmente a boca do canhão.

Algumas pessoas começaram a sair dos seus lugares e me defenderem. Uma após as outras dizendo da minha não reação, e da violência contra mim.

Foi quando levaram minha neta lá na frente, no palco, esperando que eu, num ato de arrependimento, declarasse os meus erros, e pudesse ser acolhido de novo pela igreja e continuassem todas as atividades como se nada tivesse ocorrido.

Nesse momento me levantei, eu estava de paletó e gravata, e fui tirando a roupa. Por debaixo dela havia um vestido feito de pano de saco e eu me vi em pé, no corredor com um cajado na mão dizendo:

Vocês não podem suportar uma cantada indecente de um homem mas suporta que o filho do líder transe com várias garotas da igreja! Vocês massacram o pecador e ignoram os pecados da liderança!

Olhando para o líder daquela igreja disse:

Você tem a posição, você tem poder de convencimento, você tem boa conversa mas você não tem o coração deles. O povo tem medo de você e te despreza. Quando você cair, não haverá ninguém que te ajudará.

Olhando para o povo disse:

Ouçam a voz que lhes fala ao coração. NÃO SE SUJEITEM MAIS A NINGUÉM QUE NÃO OS AME.



“Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”.



Muitos lerão e não entenderão. Muitos lerão e entenderão. Alguém lerá e dirá: Esta mensagem é para mim!

Nenhum comentário:

Postar um comentário