sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Resposta Errada - Stephen Swihart

Há muito tempo, em minha primeira tentativa como escritor, produzi doze livretos sobre a fé cristã, que foram publicados seqüencialmente, um por mês.

Certa vez, levei uma pilha desses livretos a um médico cristão, na esperança de que se interessasse em comprar uma dúzia deles para deixá-los no balcão da recepção. Antes de falar com ele, tive que aguardar por algum tempo na sala de espera. Foi uma boa oportunidade para praticar minha apresentação comercial. Ensaiei minha fala até sentir que ele compraria alguns livros.

Finalmente, aquele médico apareceu e sentou-se à minha frente. “Estou pronto”, disse minha consciência confiante e iludida. O médico ouviu minha veemente apresentação.

“Tenho apenas uma pergunta para fazer-lhe”, disse ele. “Por que escreveu este material?”
Essa era fácil, pensei. Se essa fosse sua única preocupação, não haveria problema. Continuei contando-lhe a respeito do meu premente desejo de ver cristãos tornando-se maduros.

Expliquei-lhe como meu material havia sido cuidadosamente planejado para ajudar os crentes a crescerem espiritualmente.

“Essa é a resposta errada”, disse ele sem rodeios ao final de minha defesa. “Não desejo nenhum de seus livretos!”

Fiquei chocado! Ao dizer que eu havia dado a resposta errada, senti como se uma corrente elétrica tivesse percorrido todo meu corpo. “Como poderia minha resposta não estar correta?”, pensei. Com ousada incredulidade, perguntei àquele médico o que ele queria dizer com aquilo e qual resposta deveria ter-lhe dado.

O que ele respondeu, cerca de trinta anos atrás, marcou-me como uma cicatriz adquirida em uma batalha.

“A única coisa que desejava ouvir de você era que Deus lhe estava conduzindo a escrever essa literatura”, disse o médico. “O que você deseja fazer, mesmo que para cristãos, não me interessa. Se, porém, você tivesse respondido que foi Deus quem plantou esse projeto em seu coração, eu teria comprado todos os seus livros.”

Imediatamente, comecei a explicar que essa era uma questão tão básica que sequer precisava ser mencionada. Já estava subentendida.

“Se Deus manda fazer alguma coisa”, continuou ele, interrompendo-me naquele ponto, “isso não deve ser deixado como subentendido, mas deve ser a primeira coisa a ser dita.”

Com essas palavras, aquele médico levantou-se e despediu-me. Voltei para casa como um cachorrinho com o rabo entre as pernas.

Aprendi uma profunda lição com esse médico cristão. Meu serviço a Deus não deve ser motivado pelas necessidades que percebo em outros, nem mesmo pelos desejos de meu próprio coração. Ao contrário, meu servir deve ser em resposta clara à direção do Espírito Santo. Serviço do nosso próprio jeito, ainda que para o Senhor, não é aceitável. Aquilo que faço para ele deve ser, antes de tudo, a resposta ao seu próprio mover em meu coração.

Deus não está à procura de voluntários que trabalhem para ele, ainda que isso lhes satisfaça o coração. Ao contrário, ele busca pessoas submissas para servir-lhe de maneira a satisfazer o seu coração!

Extraído de “Histórias que Abrem a Janela Mais Ampla de Deus”, DeVern Fromke, Edições Tesouro Aberto.

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