domingo, 31 de julho de 2016

A felicidade em ser medíocre por Roberto Lima


A felicidade dos nosso dias pode ser definida assim:

FELICIDADE É O ATENDIMENTO ININTERRUPTO DOS NOSSOS DESEJOS, TROCADOS POR NOVOS E IMEDIATAMENTE SATISFEITOS DE NOVO.

JOGANDO TENIS

Estava jogando tênis no clube da minha cidade. Sou um jogador inciante, não tenho mais do que 1 ano de prática, e o tênis tem muitos macetes, e muitos fundamentos.

Quem inicia tarde certamente vai ter que conviver com novas dores, principalmente de cotovelo, lembrando que são novos grupos de músculos que são utilizados em cada esporte, por isso dores musculares também.

Comecei a fazer aulas e comecei a ganhar de alguns e já subi na tabela do campeonato, porém, comecei a pegar os jogadores inciantes, mas mais experientes. Conclusão: Três derrotas desanimadoras.

Simplesmente não conseguia devolver as bolas. No meio do jogo eu já via a impossibilidade de ganhar o jogo. Ao término dos jogos vinham aquelas palavras de consolo do jogador adversário.

Qual a proposta então? Jogar mais. Treinar mais. Evoluir nos fundamentos. Praticar, praticar, praticar.

Mas fiquei pensando nos amigos que fiz até agora, e que estão, na maior parte, na mesma condição ou tem o mesmo nível técnico.

Ninguém gosta de jogar com alguém MUITO acima do seu nível, ou MUITO abaixo do seu nível.

Pensei... pensei... em quanto tempo e dinheiro eu iria gastar em treinamento e jogos para aumentar a qualidade do meu jogo, e o quanto isso era importante pra mim.

Repensei... repensei... ESTOU FELIZ COM O QUE TENHO!!! Não quero muito mais do que tenho agora e não quero ser muito mais do que sou hoje. Estou em paz com a minha mediocridade.

QUANDO EU ERA JOVEM, PENSAVA COMO JOVEM

Ouço muitos dizendo que gostariam de voltar ao tempo de jovens, onde eram "mais felizes". Eu NUNCA vou querer ser jovem de novo. A loucura dos hormônios a flor da pele, a insegurança pela falta de conhecimento, a ansiedade da vida pela falta de experiência, a arrogância pela falta de sofrimento, a ignorância pela falta de sabedoria. Não... meu melhor momento é agora.

Sempre quis ser melhor, ser mais eficiente, ser mais produtivo, ser mais inteligente... e isso não é ruim... o ruim é quando só isso me satisfaz. O ruim é quando o meu limite produz insatisfação e sofrimento que me leva a depressão invejosa.

Depressão porque eu não consigo superar aquele limite. Invejosa porque vejo outros mais jovens me superando e isso NÃO ME DEIXA FELIZ, ao contrário, me deixa infeliz com a felicidade dos outros.

É claro que a mediocridade NUNCA é coisa boa, ATÉ QUE se torne a única coisa que você tem, e a ela você se conforme. E a mediocridade é coisa boa quando você reconhece seus limites naquele item, naquela época da vida, naquela situação e você reconhece que não dá pra ir além, ou não vale a pena ir além e você fica em paz e aceita aquela situação.

É claro, isso acontece NUNCA SEM SOFRIMENTO, sem ter trabalhado arduamente para reverter a situação, ou sem ter pensado muito sobre aquilo.

A felicidade da mediocridade tem a ver também com o desfazer-se da ilusão. Da ilusão de que você pode ser melhor sempre, e o melhor sempre é o melhor para você. 

E você entende que o melhor para você talvez não seja o melhor cargo, ou melhor salário pois ele demanda tempo, viagens, responsabilidades que já não são tão compatíveis com sua disposição, com seus ideais, com seus princípios, com seus valores.

Você entende melhor a vida e que é melhor a simplicidade e estar perto de gente boa e que te ama, do que a loucura da vida consumista definida pela satisfação dos desejos.

Mas a mediocridade que não passou pelo crivo da dor, do tempo e do auto conhecimento, esta sim é a mediocridade do fraco de espírito, do insosso com a vida, do preguiçoso, do irresponsável.

Mas o que é defeito hoje, amanhã pode não ser.

Nada melhor que o tempo para poder dar qualidade à vida e ao vinho! 

Quem for sábio saberá o tempo de ser medíocre, e isso será o melhor para você!!!


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