sábado, 15 de março de 2008

Conselhos para sobreviver ao mundo gospel por Ricardo Gondim

O mundo gospel se torna cada dia mais patético; distante do protestantismo; em rota de colisão com o cristianismo apostólico; transformado numa gozação perigosa; adoecendo e enlouquecendo milhares que são moídos numa engrenagem que condena a um duplo inferno.


Não consigo responder a todas as mensagens que entopem minha caixa postal. Milhares pedem socorro. Eu precisaria ter uma equipe de especialistas, todos me ajudando a atender os que me perguntam: “ a maldição do pastor vai pegar mesmo?”; “é preciso aceitar as patadas que recebo do púlpito?”; “em nome da evangelização, devo aturar esses sermões ralos?”.

Realmente não dá mais. A grande mídia propaga o que há de pior entre os evangélicos com petição de dinheiro, venda de “Bíblias fantásticas”, milagres no atacado e simplismos hermenêuticos. As bobagens alcançaram níveis intoleráveis.

O que fazer? Tenho algumas idéias.

Aconselho que os crentes parem de consumir produtos evangélicos por um tempo. Não compre CD de música ou de pregação - inclusive os meus. Deixe os livros evangélicos encalharem nas prateleiras - idem, para os meus. Depois que baixar a poeira do prejuízo, ficará notória a diferença entre os que fazem missão e os que só negociam.

Não vá a congressos - inclusive o que eu promovo. Passe ao largo dos "louvorzões". Não sintonize o rádio. Boicote todos os programas na televisão. Não comente, nem critique, a pregação de pastores, bispos, evangelistas e apóstolos. Afaste-se! Silencie! Desintoxique mente, alma e espírito da linguagem, pressupostos e lógicas da "teologia da prosperidade". Volte a ler a Bíblia sem nenhum comentário de rodapé. Alimente seu interior em pequenos grupos. Reúna-se com gente de bom senso.

Estanque seus dízimos e ofertas imediatamente. Repense com absoluta isenção onde vai dar dinheiro. Mas prepare-se; no instante em que diminuírem as entradas, os lobos vestidos de pastor subirão o tom das intimidações. Não tenha medo. Faça essa simples auditoria antes de investir o seu suor em qualquer igreja ou ministério:

  • Quanto tempo é gasto no culto para pedir dinheiro?
  • A hora do ofertório vem acompanhada de uma linguagem com “maldição, gafanhoto ou licença legal para ataques do diabo”?
  • Prometem-se “prosperidade, colheita abundante, bênção, riqueza”, para os que forem fiéis?
  • Existe alguma suspeita na administração dos recursos arrecadados? – Lembre-se que há dois níveis de integridade: o ético e o contábil. Não basta manter os livros em ordem; o dinheiro também só pode ser gasto no que foi arrecadado.

Se a resposta para alguma dessas perguntas for sim, ninguém deve se sentir culpado quando não der oferta.

Só haverá arrependimento no dia em que os auditórios se esvaziarem junto com uma crise financeira - o monumental ufanismo evangélico precisa deflacionar.

Concordo, ninguém agüenta o jeito como as coisas estão.

Soli Deo Gloria.

Ricardo Gondim

2 comentários:

  1. Proposta interessante... realmente dá vontade de fazer isso mesmo. Particularmente há muito tempo eu não ouço rádio evangélica... mais tempo ainda não compro um CD evangélico (já q são raros os q são bons), graças a Deus minha igreja tem uma palavra equilibrada, o q significa q eu estou longe de aberrações como teologia da prosperidade e afins... meus dízimos e ofertas dou com alegria, e fico triste qdo não posso dar (sem emprego)... já qto aos livros confesso q ainda não consigo... e tenho minha bíblia de estudo e outros livrinhos...


    Mas me sinto uma formiga no meio da multidão... as vezes eu "prego" contra essas aberrações q estão aí e me sinto uma formiguinha lutando contra uma multidão... mas fazer o q... Q bom q não estou sozinho...

    a propósito... deixo o meu blog para uma futura visita: http://bibliaberta.blogspot.com/

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  2. Eu concordo em partes.
    Também fico triste ao ver como o mundo gospel se tornou patético. Pregadores e membros da igreja se tornaram ídolos, e em alguns lugares, Jesus deixou de ser o foco principal.
    Também acredito que devemos avaliar a postura da igreja onde depositamos nosso dizimo. Mas nunca deixar de levar os dízimos e ofertas na casa do Senhor, por amor.
    Agora, o que mais me deixa indignada, é o fato de missionários quererem irem para Europa e EUA. Por que não vão para o interior de Minas, Nordeste, Norte do Brasil, África! Será missão mesmo, ou desculpa para viajar e conhecer o mundo às custas da igreja.
    Ainda bem que minha fé está em Cristo!
    Abraço.

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