quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A moral faria sentido sem Deus? por Mário Persona - Parte 2


Seu argumento de que "se fossemos todos selvagens assassinos já estaríamos mortos" também não tem fundamento. Se estudar história verá que somos sim, todos nós, selvagens assassinos. Como eu disse da outra vez, "traição é uma questão de datas". Eu disse que foi Alexandre Dumas quem escreveu isso, mas na verdade ele citou Talleyrand-Périgord, ministro das relações exteriores de Napoleão. Terrorista é quem perde e vira oposição. Quem ganha, por mais assassinatos que tenha cometido e bombas que tenha explodido, deixa de ser chamado de terrorista para ser chamado de presidente, chanceler, imperador ou algum título de dignidade.

Em Romanos diz que "Todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus". Faz sentido ler isto em Romanos, pois está numa Bíblia que se declara a Palavra de Deus e onde existe um código moral para podermos ter um referencial do que seja pecado. É bom lembrar que nela a palavra pecado aparece em dois sentidos: fazer a própria vontade (pecado) e os frutos da vontade própria (pecados).

Já que nos faltam os parâmetros para dizermos "se fossemos todos selvagens assassinos", vamos precisar de um padrão moral que não seja nem meu e nem seu. Então o que diz em Romanos pode ser um bom começo, já que não existe uma afirmação mais democrática do que a de que “todos pecaram”. Ao dizer isso a Bíblia coloca todos no mesmo nível. Não tem melhor nem pior, todos são igualmente incapazes, eu e você inclusive. Então não podemos esperar que algum de nós se arvore no direito de ditar normas para os outros seguirem e vamos precisar de um Deus que faça isso.

Ao que parece você não compreendeu a mensagem da Bíblia, e posso ver isto pelo que escreveu: “você quer colocar todo mundo como malvado, todo mundo como pecador, então as pessoas só ficaram boas depois da chegada dos judaico-cristãos”. Não foi o que eu disse. Eu disse que, apesar de você se dizer ateu, suas conclusões de bem e mal são formadas pela cultura judaico-cristã na qual está inserido.

Mas, ao contrário de seu raciocínio, as pessoas não se tornam melhores quando entram em contato com a Palavra de Deus: elas se tornam infinitamente piores, porque são colocadas diante do padrão de Deus, um padrão impossível de ser alcançado pelo homem pecador. A Palavra de Deus é a medida pela qual você será julgado, a menos que antes disso conheça o perdão de seus pecados que está disponível em Jesus.

Quando sugeri que começasse por Jesus, você perguntou: “Porque Jesus? o que ele tem de tão especial que Maomé não tem? O que que o cristianismo tem de tão especial que o hinduísmo ou as religiões indígenas não tem?”

Muita coisa. Mas eu destacaria a improbabilidade como uma das mais atraentes. Foi isso que chamou a atenção de C. S. Lewis (autor de “As crônicas de Narnia”), um ex-ateu cujo amigo cristão e especialista em lendas (J. R. R. Tolkien autor de “O Senhor dos Anéis”) convenceu de que os evangelhos não eram uma lenda, mas um relato de fatos. Comece por Mateus e você já encontra uma improbabilidade nos primeiros versículos.

Na genealogia de Jesus você encontra um caso de incesto (Judá e Tamar), uma prostituta (Raab) e um adultério (Davi com a mulher de Urias). Quem escrevesse a genealogia de alguém tido como o Filho de Deus, o equivalente a ser Deus, teria omitido essas coisas, pois são péssimos antecedentes. Por que não falar simplesmente de Davi e de sua mulher Batseba? Por que lembrar o nome de Urias, um dos melhores amigos do Rei Davi, que este mandou abandonar na frente de batalha para ser morto com o inimigo e poder roubar sua mulher?

Continue lendo os evangelhos e você vai se surpreender com o tanto de vezes que os próprios autores evangelistas se colocam na posição de verdadeiros idiotas revelando suas falhas sem qualquer retoque. Você não vê isso nos textos de outras religiões. Eles são cuidadosamente escovados para deixar uma impressão positiva para a posteridade. Os evangelhos realmente formam um texto sui generis, muito semelhante ao Antigo Testamento que revela toda a mesquinhez do povo hebreu também sem retoques.

Você falou que não faz sentido em algo que não pode ser provado e deu o exemplo da gravidade, na qual você acredita porque pode ser provada pela ciência. Sim, pode, mas a ciência ainda não conseguiu explicá-la (as diferentes explicações tentadas pela ciência não funcionam em todos os casos). Deus também pode ser provado, mas não explicado, só que para isso você terá de usar instrumentos diferentes dos usados pelos cientistas. Para se ter uma prova da existência de Deus é preciso colocar os joelhos no chão e pedir a Ele para se revelar a você. Está disposto a fazer o teste? Não, você não está, pois existe o risco de precisar rever sua fé atual. Um dia eu fiz o teste e Ele não me decepcionou. Agora eu sei.

“Provai, e vede que o SENHOR é bom; bem-aventurado o homem que nele confia.” Sl 34:8

Retirado do blog: O que Respondi.

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