domingo, 20 de março de 2011

Um basta à herança de divisões de igrejas

Todos esses acontecimentos mostram um fato: o pecado da divisão entre nós cristãos está ficando para trás. 
 
E mais: existem cristãos e cristãs da geração presente, homens e mulheres de Deus, que estão tendo a coragem de dizer: “Basta, não queremos mais essa herança de divisão das gerações
anteriores”. O pecado da divisão da igreja é algo tão diabólico que sua perpetuação levou cristãos a se considerarem diferentes entre si, aceitando isso como algo normal. Mais que
um pecado, a divisão é um demônio surdo e mudo, que deve ser desmascarado, amarrado aos pés da cruz do Senhor. Nós precisamos libertar nossas comunidades desse demônio tão
teimoso porque esta divisão é um pecado que contraria a vontade de Deus.

Jesus foi claro ao orar: “Pai, que eles sejam um para que o mundo creia”. Se nós não nos unirmos, se não deixarmos os pecados de divisão, o mundo não será salvo. Parece um
paradoxo, mas o mundo está pronto e querendo ouvir o Evangelho, aguardando a manifestação dos filhos de Deus. Nós é que não estamos prontos para este anúncio por estarmos tão divididos. O mundo se vira para nós e diz: “Vocês, cristãos, primeiro se co-
loquem de acordo entre vocês, depois venham pregar o que pensam para nós”.

Se continuarmos desunidos, o mundo não vai dar crédito a nossa pregação. E esta é a nossa decisão: não queremos cometer os mesmos erros das gerações anteriores, mas, antes, interceder por uma profunda urificação, o perdão de todos estes pecados, uma cura de todas as memórias feridas para que entremos na herança de uma nova geração de uma igreja unida. 

Como Jesus pediu ao Pai: “Pai, a glória que tu me deste, eu quero dar a estes para que sejam um só comigo como eu e tu somos um só” [citação livre de Jo 17.22).

Desde aqueles tempos que mencionei, tenho visto esses gestos de perdão e reconciliação se multiplicarem em nível mundial. Cada vez mais, igrejas católicas fazem a partilha do púlpito, acolhendo ministros evangélicos para ministrarem a Palavra. Em comunidades evangélicas, acontece a mesma coisa, à medida que ministros, leigos e missionários católicos são convidados para ministrarem a Palavra. Eu já estou há 26 anos nesse ministério; 80% do tempo dedicado a ele eu exerço em comunidades evangélicas e pentecostais. Também
na cidade de Bari, na Itália, onde eu vivo, temos uma comunidade católica. É uma comunidade de vida reconhecida oficialmente pelo bispo e pelo Papa, que recebe contribuições importantes que ministros de diferentes igrejas trazem para nós: evangélicos, pentecostais, ortodoxos, não denominacionais, carismáticos, anglicanos e até mesmo hebreus messiânicos. Isso é muito claramente um novo Pentecostes.

É claro que não é um projeto humano. Estamos conscientes de que algo assim só pode ser plano de Deus. 
 
De fato, a unidade dos cristãos não é produto humano, não é fruto de um esforço nosso. E também não é só fazer declarações doutrinais conjuntas, mas trata-se, sobretudo, de um dom
que devemos receber de Deus. A comunhão de todos os cristãos vive no coração da Trindade, no próprio Deus. 
 
Lá é a sua casa. O Pai, o Filho e o Espírito Santo já vivem em si essa unidade em comunhão. A unidade da igreja será uma realidade quando pedirmos ao Espírito Santo que vive na Trindade que venha morar em nós e, a partir de nós, realize essa unidade.

* Matteo Calisi, casado, dois filhos, é líder leigo internacional da Renovação Carismática Católica (RCC), fundador e presidente da Comunidade de Jesus, radicada em Bari, na Itália, e presidente internacional da Fraternidade Católica de Comunidades de Aliança. Juntamente com outros comissionados, serve a Cristo em muitos países trabalhando pela reconciliação entre cristãos de correntes separadas. No Brasil, vem sendo conhecido por seu envolvimento com o Encristus (www.encristus.com.br), movimento iniciado em 2008 com o objetivo de favorecer a aproximação entre católicos e evangélicos.


Mensagem que o católico Matteo Calisi  compartilhou na Comunidade Evangélica Carisma em Osasco SP, no dia 19 de outubro de 2009. O padre Marcial Maçaneiro serviu-lhe como intérprete.

Leia a mensagem completa em http://www.gruponews.com.br/2011/01/o-ministerio-da-reconciliacao-um-basta-a-heranca-de-divisoes.html 

Fonte: Grupo News

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