segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Jesus e a fábrica de deuses por Roberto Lima

os deuses dos índios brasil


O teólogo A. H. Strong, em sua obra Teologia Sistemática, define Deus da seguinte maneira: 

“Um espírito infinito e perfeito, em quem todas as coisas têm sua origem, existência e fim.”

 Esta definição de Deus é adequada para todos os deístas, incluindo maometanos e judeus. 

O deísmo ensina que Deus é uma pessoa e que o universo foi planejado e criado per ele. E, atualmente, Deus o governa e sustenta. 

O deísmo cristão acrescenta uma nota a definição enunciada acima: “…e se manifestou em carne, na pessoa de Jesus de Nazaré.”

Jesus é Deus. Deus é Jesus. Jesus é Deus tanto no Novo como no Velho Testamento.

No prefácio do seu livro Mais que um Carpinteiro, Josh Mcdowell escreve:
Há quase dois mil anos atrás, Jesus entrou na raça humana em uma pequena comunidade judaica.
Era membro de uma família pobre, um grupo minoritário, e viveu em um dos menores países do mundo. Sua existência foi de apenas trinta e três anos, dos quais somente os três últimos constituíram seu ministério público.
Entretanto, em quase todo o mundo há pessoas que têm conhecimento dele. As datas nos cabeçalhos de nossos matutinos, ou nas marcas de copyright nos livros didáticos são testemunhas do fato de que Jesus foi uma das maiores personalidades que já viveu neste mundo.
Perguntaram ao notável historiador H. G. Wells que pessoa havia deixado, na história do mundo, as marcas mais indeléveis. Ele respondeu que se apreciássemos a questão sob o aspecto da grandeza do indivíduo, de acordo com os olhos da história, “por este prisma, o primeiro é Jesus.”
O historiador Kenneth Scott Latourette declarou: “A medida que se passam os séculos, estão aumentando as evidências de que, se analisado pelo seu efeito sobre a história, Jesus foi a personalidade mais influente que viveu neste planeta. E sua influência parece estar-se alargando.”
A observação seguinte vem de Ernest Renam: “Jesus foi o maior gênio da religião que já existiu. Sua beleza é intensa e seu reino nunca terminará. Sob todos os aspectos, Jesus é uma pessoa singular, e nada se lhe pode comparar. Sem Cristo, a História é incompreensível.”

No livro Mero Cristianismo (Cristianismo Puro e Simples), Lewis defende o Cristianismo da seguinte forma:
“Tento aqui impedir que alguém diga a grande tolice que sempre dizem sobre Jesus Cristo: ‘Estou pronto a aceitar Jesus como um grande mestre em moral, mas não aceito sua afirmação em ser Deus.’ Isto é exatamente a única coisa que não devemos dizer.
Um homem que foi simplesmente homem, dizendo o tipo de coisa que Jesus disse, não seria um grande mestre em moral. Poderia ser um lunático, no mesmo nível de um que afirma ser um ovo pochê, ou mais, poderia ser o próprio Demônio dos Infernos.
Você decide.
Ou este homem foi, e é, o Filho de Deus, ou é então um louco, ou coisa pior… Você pode achar que ele é tolo, pode cuspir nele ou matá-lo como um demônio; ou você pode cair a seus pés e chamá-lo Senhor e Deus. Mas não vamos vir com aquela bobagem de que ele foi um grande mestre aqui na terra. Ele não nos deixou esta opção em aberto. Ele não teve esta intenção.”

Caio Fábio diz a respeito de uma Fábrica de Deuses:

A alma humana demanda um plano para existir. Pode ser o cumprir de ritos simples da vida, como nascer, crescer, passar estações, procriar, produzir, e morrer. Mas todos precisam de algum roteiro, nem que seja apenas o biológico, como acontece com muitas tribos primitivas, e, também com muita gente da cidade.  

A maioria, todavia, quer saber a razão da existência, e que propósitos Deus tem em relação à vida humana, e a tudo o mais que existe. 

Sim, nessa busca por mapas, agendas, significados, estações e propósitos para o Universo e para a existência humana, nasceram todas as religiões, todas as filosofias, e todas as ciências. 

Mapeamos os céus com signos que só existem para nós; os quais, após terem sido “estabelecidos”, agora se deixam ver nas formas nas quais os enxergamos; e isto apenas porque nos foram mostrados os desenhos de cada um deles; e como se encontrou semelhança com peixes, touros, escorpiões, libras, leão, e outros seres da Terra, então, seu significado nasceu de nossas próprias projeções. 

Assim, os homens inventaram os signos dos céus! Todavia, assim como inventamos os signos, também inventamos os deuses. 

Sim, todos os deuses são invenção nossa, até o “Deus” das nossas melhores religiões. 

Todo “Deus” que tem plano conhecido é invenção do homem, mesmo que o homem seja um teólogo, ou mesmo que os inventores tenham feito parte do mais digno e elevado Concílio de Pais da Fé. 

O Deus verdadeiro não tem Conselheiros e Seus Caminhos nos são todos estranhos! O Deus verdadeiro, mesmo quando faz revelação aos profetas, não os deixa saber de tudo, só de partes, as quais, muitas vezes, nem eles mesmos entenderam. 

Deus explicável não é Deus; é um apenas “Deus”. E o mais intrigante é que a Revelação de Deus entre os homens também não explicou nada. 

O mundo era caído, e continuou caído. As pessoas sofriam, e continuaram sofrendo. Atrocidades aconteciam, e continuaram a acontecer. Injustiças eram praticadas, e continuaram a ser. A Religião matava em nome de Deus, e continua a matar. Mas nenhum plano foi divisado e nenhuma explicação acerca das coisas serem como são, nos foi dada. Parece que para Jesus qualquer outra conversa era algo como doença da própria Queda. Sua fala mais metafísica apenas diz: “... não foi assim desde o principio”. 

Todavia, Ele fala de moradas com o Pai, de Banquetes Eternos, de alegrias sem fim, de consolação eterna, de recompensas, de tesouros de amor, e de viver no Peito do Pai. 

A impressão que dá é dupla. 

A primeira é que o que “Houve”, está ainda Presente; portanto, passível de verificação pessoal, bastando que se veja o Hoje a fim de que se entenda o Ontem. 

A segunda impressão é que a grande energia da vida não deve ser gasta na especulação, mas na ação; e, sobretudo, nas projeções da esperança que já se tornam vida Hoje. 

Na hora de fazer a grande revelação, quando perguntado acerca de Quem era o Pai; ou melhor: “Mostra-nos o Pai, e isto nos basta”—, Ele apenas disse: “Há tanto tempo estou convosco e não me tendes conhecido? Quem me vê a mim, vê o Pai!” 

Assim, outra vez, Ele não chama os discípulos para nada que não seja uma percepção do que é, matando de cara as especulações. Em Jesus não há defesa de Deus e nem da fé, e, menos ainda “explicações sobre o sentido filosófico da vida”. 

Nele, no entanto, há todas as demonstrações de Deus e da fé. Também, Nele, não há discussões; e Suas lógicas não são conforme as lógicas humanas quando Ele argumenta qualquer coisa. 

Ele fez questão de dizer que o que é da Terra é da Terra, e que o que é dos Céus, é dos Céus. E isto sem dicotomia, pois também manda que oremos no sentido de que Céu e Terra se fundam no Reino de Deus. 

Digo isto porque há quem se satisfaça com os esqueminhas. Com o famoso plano de Deus. E, sobretudo, com o Cronograma dos acontecimentos de Deus na Terra. Esses têm mentalidade de seita; e seu “Deus” nada mais é que uma produção humana. Daí eles mesmos chamarem isto de “escola”. Tipo: “Sou da escola milenista; ou pré-milenista; ou pós-tribulacionista”. 

Tenho a liberdade de especular à vontade, e gosto. Mas, ao fazer isto, mesmo que seja acerca de Deus, não posso chamar a “coisa” de nada que não seja “cogitação”. Quanto a Deus, sinceramente, Ele é Deus suficiente para explicar o que quiser. Eu, de minha parte, apenas creio Nele. 

“Bem-aventurados os que não viram e creram”, é algo que Jesus diz para todo aquele que crê apenas porque lhe foi revelado pela fé. O resto é apenas fábricas de “Deuses”, ainda que o artesão teológico pertença à tradição judaico-cristã. 

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