Jesus começou seu ministério pregando o arrependimento: Mateus 4:17 – “Desde então começou Jesus a pregar: Arrependei-vos,
pois está próximo o reino dos céus."
A palavra Arrependimento não
está associado com a culpa, mas com a expansão da nossa consciência.
Arrependimento é mudar a forma de entender a Deus, seus caminhos e seus
propósitos e concordar com Ele.
Mas se João Batista e Jesus
chamava o povo ao arrependimento, era como se eles estivessem chamando o povo
para entender o Reino de Deus de uma forma diferente daquela que eles
entenderam até aquele momento.
Embora sejam poucas as
passagens que mostrem no que consistia a pregação de João Batista, com Jesus
podemos nos fartar e entender para quais mudanças Ele chamava o povo.
Em Mateus 5 a 7 temos a
pregação de Jesus, a chamada para o arrependimento, do que Ele queria que se
arrependessem.
Jesus
explicou quem eram os bem-aventurados para Deus: O pobre de espírito, o que
chora, o manso, os famintos e sedentos de justiça, os misericordiosos, os puros
de coração, os pacificadores, os que sofrem por causa da justiça. E o
interessante é que qualquer pessoa do mundo poderia ser a pessoa acima citada.
Qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, de qualquer religião poderia fazer
parte das pessoas acima citadas. Com isso Jesus tira a
importância e o foco da religião e coloca no coração de cada um e nas suas
atitudes com relação às suas próprias vidas e a Deus.
Jesus
explicou quem é o sal da terra e a luz do mundo: todos os que estavam ouvindo
Ele. Não só os discípulos, mas toda aquela multidão. Ele explica que todos
somos responsáveis pelo mundo em que vivemos. Todos somos chamados para
preservação e iluminação neste mundo, quer seja com uma palavra, com uma ação
de bondade ou de justiça, amando as pessoas, cuidando dos necessitados, agindo
com justiça. Tudo isso ressalta o sal e a luz que Deus colocou dentro dos
homens.
A
partir do verso 17 ele começa a mostrar como é o cumprimento da lei, como é que
Ele e todos estariam cumprindo a lei, e faz a comparação entre o que se dizia
antes dele e o que Ele dizia. E mostra a realidade das leis do Reino de Deus:
Antes
- Assassino era o que matava alguém;
Agora
- Também quem odeia, se encoleriza sem motivo; quem
menospreza o outro.
Antes
- Adúltero era o homem casado que tinha relações
sexuais com outra mulher;
Agora
- Também o homem que olha com desejo impuro e fala
do homem que faz com que a mulher se torne adúltera.
Antes
- O juramento era algo que deveria ser cumprido;
Agora
- Ninguém era capaz de fazer um juramente e dar
fiança para cumprimento.
Antes
- A lei era a da retribuição, da vingança;
Agora
- É a lei do amor.
E tem muito mais. Ele vai
reinterpretando a forma de jejuar, de dar esmolas, de orar, e muitas outras
coisas. A maioria das disciplinas espirituais foram redefinidas por Jesus.
E por que tudo isso? Porque
o Reino dos Céus chegou à terra. Aquilo que os homens conheciam somente em
parte ficaria obsoleto ante a toda revelação de Jesus, o Filho de Deus.
Ariovaldo Ramos (RAMOS, 2011) esclarece com
mais precisão o que Jesus estava dizendo quando chamava o povo ao arrependimento:
Mudem a maneira de
entender a Deus e seus propósitos e concordem com esta mudança, porque estou
aqui para mostrar o que verdadeiramente é o reino de Deus.
Vemos
que para anunciar esse reino de consciência, Jesus decidiu se utilizar do
discipulado como forma de evangelização e mudar o mundo.
E aconteceu que naqueles
dias subiu ao monte a orar, e passou a noite em oração a Deus. E, quando já era
dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem também deu o
nome de apóstolos: Simão, ao
qual também chamou Pedro, e André, seu irmão; Tiago e João; Filipe e
Bartolomeu; Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelote; E
Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que foi o traidor. Lucas
6:12-16
Para
Juan Carlos Ortiz (1980, p.6):
Discípulo é aquele que segue a Jesus Cristo.
Ser cristão não significa automaticamente ser discípulo, embora os cristãos
sejam membros do Reino de Deus. Seguir a Cristo implica em aceitá-lo como
Senhor; significa servi-lo como um escravo. Também significa amar e louvar.
Em abril de 1944, um ano antes de sua morte, quando era
prisioneiro num campo de concentração em Flossenburg, Alemanha, Bonhoeffer
escreveu:
"O
que está me incomodando muito é a questão de saber o que o cristianismo
realmente é, ou de fato o que Cristo é para nós hoje". Essa é a pergunta
que cada um de nós deve proferir por si mesmo. Quem é Jesus? O que o
discipulado envolve em nossos dias? Tudo o mais é distração.
Brennan
Manning (MANNING, 2008, P.10) relaciona a disposição em nos colocar como
discípulos de Jesus como resposta ao seu amor e graça demonstrado por nós.
O discipulado é nossa resposta à graça.
Qualquer que seja a medida de graça que tenhamos recebido, e não importa o grau
de discipulado para o qual fomos chamados, todo cristão está debaixo da cruz de
Jesus Cristo, onde encontra salvação.
O
discipulado de Jesus tinha claro 3 grandes objetivos:
a) Treinar
os discípulos em tarefas naturais simples – Como preparar lugar para a ceia,
comprar alimento, distribuir pães; e também de evangelização com o poder de
Deus - Pregar o evangelho, curar os doentes, expulsar os demônios e ressuscitar
os mortos;
b) Ajuda-los
a ter uma compreensão adequada acerca de Deus, seus propósitos e do Seu Reino -
Através dos seus ensinos Jesus mostrou a diferença de interpretação entre a dele
e a dos doutores da lei a respeito das escrituras, acrescentou as revelações do
reino de Deus, mostrando o tempo todo a essência de sua mensagem: o amor;
c) Desenvolver
vínculos de amizade aliançada – Ao chamá-los de amigos quase no final de seu
ministério, Jesus elucida um dos objetivos de seu trabalho. Com o discipulado
Deus espera que nunca lhe faltam amigos na Terra. Pessoas que Ele possa
compartilhar seus segredos, mas também suas dores e decisões. Pessoas que serão
capazes de levar a sua cruz e segui-lo até a morte se for o caso.
Desses objetivos tiramos as 3 palavras chaves:
Aluno, Apóstolo e Amigo.
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