sábado, 19 de novembro de 2016

O Movimento de Oração 24-7 no Brasil por Michel Duque Estrada

Desde 2006 tenho trabalhado com projetos que visam a mobilização e oração coletiva.Nos últimos anos tenho acompanhando o movimento do Espírito Santo ao redor da Terra no que diz respeito às casas de oração 24-7, ou como também são chamadas, “vigílias de oração”. O sentimento que toma meu coração é que Deus está levantando um mover de oração e intercessão que está totalmente ligado a preparação para os acontecimentos dos últimos dias.

Esse mover de oração 24 horas não é apenas para liberar mais um avivamento, muito embora, creio que um derramar do Senhor acontecerá como uma consequência dessas atividades. Entretanto, o que quero enfatizar é que Deus está nos convidando para acelerar o dia da sua volta. 2 Pedro 3 :12: “esperando o dia de Deus e apressando a sua vinda.” Precisamos entender o tempo que está sobre nossa geração, para cooperarmos com o fechamento da história. Casas de oração têm surgindo em todas as nações da Terra.

Nos últimos dez anos muitos homens profetizaram sobre esse mover de oração que cobriria todo o globo. Em 1993 Jim Gwol esteve visitando o cemitério dos Morávios, onde no dia 5 de agosto de 1727 um grande mover de oração 24 horas teve início e durou por cerca de 100 anos! Nesse lugar ele recebeu uma palavra do Senhor dizendo que faria aqueles ossos reviverem, ou seja, que ele mesmo reavivaria esse mover de oração 24 horas, 7 dias da semana 365 dias do ano. E isso já está se cumprindo em toda parte. Em Kansas City desde 1999 na casa internacional de oração – liderada por Micke Bickle já acontece adoração e intercessão 24 horas por 10 anos. Podemos citar também o irmão Tom Hess e a casa de oração para todos os povos em Jerusalém – no Monte das Oliveiras. Só em Jerusalém existem mais 2 casas de oração nesse modelo.Poderíamos citar várias outras nações e outras partes dos Estados unidos, Europa e África onde movimentos como esses estão surgindo.

Aqui no Brasil nos últimos 5 anos temos visto esse mover ficar cada vez mais forte e popular. Em 1999 o ministério Casa de Davi começou como pioneiro dessa missão de levantar uma casa de adoração em Londrina – Paraná. Contudo, acredito que na mesma época outras pessoas no Brasil já estavam ouvindo o Espírito Santo falar sobre essa ênfase.

A minha preocupação é que as casas de oração no Brasil virem mais uma moda, ou um movimento que logo depois vira um monumento. Espero que esse artigo gere um pouco de reflexão para todos os irmãos que estão envolvidos como mobilizações, ou iniciando casas ou projetos de oração 24-7.

Precisamos entender que culturalmente não temos uma postura de pioneiros. Brasileiros gostam de pegar o bolo pronto, somos imediatistas e com isso corremos o risco de imitar e montar as coisas como se fossem peças de encaixe ou “legos”. Precisamos ser honestos e fazer a leitura correta das coisas, minha maior preocupação é levantarmos casas de oração ou termos mobilizações de adoração e intercessão, em uma geração que não tem uma vida de oração, que não tem um altar individual!

Se não gerarmos uma cultura de oração devocional corremos o risco de transformar mais um mover do Senhor em uma moda. O nosso desafio é levantar sacerdotes, pedras vivas que constroem um lugar para habitação de Deus. Vivemos em uma cultura de igreja extremamente clerical, que depende de homens para se achegar a Deus e vive como o povo de Israel em êxodo 20:19 “ Fala tu mesmo conosco, e ouviremos.Mas que Deus não fale conosco para que não morramos.”

Esse é o pensamento da maioria dos cristãos hoje: querem que alguém ore, estude e leia a bíblia por eles. Eu sei que existem pessoas sendo despertadas e que possuem algum entendimento sobre sacerdócio de todos os santos, mas a questão é: Somos uma geração que vive de forma dedicada a oração individual e a comunhão com Deus?

Com isso, não digo que oração 24-7 não é necessário ou que temos que parar como todas as mobilizações. O que estou afirmando é que precisamos andar de acordo com as etapas, precisamos correr pelos meios para chegarmos ao fim e ao objetivo. Nossa geração precisa entender a comunhão com Deus em seu âmbito individual e cotidiano. Nossa geração precisa entender a cruz e o seu propósito de nos reconectar com plano eterno de Deus. Jesus nos comprou para sermos reino e sacerdotes (Apocalipse 1:6, 5:9).

Será que em nossas mobilizações e casas de oração existe essa revelação de que fomos comprados para exercermos uma função sacerdotal? Aqui em nossa cidade queremos envolver a igreja em nossos turnos e mobilizações, mas tivemos um choque quando descobrimos que as pessoas não conheciam a cruz, e que muitas nem tinham ouvido sobre o evangelho do Reino. Irmão não existe Reino sem cruz!

É por meio dela que somos envolvidos com o Reino de nosso Senhor! Eu creio que o passo que precisamos dar é de criarmos uma cultura de oração, despertar as pessoas a exercerem seu sacerdócio individual, e isso acontece com a pregação do evangelho do Reino e a mensagem da cruz.

A maioria dos cristãos tem dificuldade com a vida de oração por causa da condenação e do orgulho. Se oram e jejuam ficam orgulhosos, se não oram e não jejuam ficam condenados e em depressão. Precisamos da mesma experiência que teve o apostolo Paulo, “quanto a mim, que eu jamais me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo” (Gálatas 6:14).

Nosso trabalho é despertar uma geração para uma vida de entrega e devoção ao Senhor. Não podemos pular etapas, precisamos gerar as coisas em oração e através da pregação do evangelho do Reino. Eu creio que muitas dessas casas de oração são o começo do cumprimento da profecia de Atos 15:16 onde é relatado que o senhor vai levantar o tabernáculo caído de Davi, creio que essa restauração tem a haver com um modelo sacerdotal que envolve oração, profecia e adoração em turnos de 24 horas, Davi trouxe uma nova ordem de adoração, onde não apenas o sumo sacerdote iria uma vez ao ano diante da arca da presença, mas todos os dias e todos os sacerdotes ministravam diante da gloria de Deus! Essa é uma figura da restauração sacerdotal da nova aliança.

Entretanto Não podemos focar apenas às 24 horas de adoração que aconteciam nesse tabernáculo, o que precisamos entender é que a restauração da tenda caída de Davi fala de uma nova mentalidade sobre o sacerdócio e seu funcionamento segundo a ordem de Melquisedeque. Além disso fala da junção dos ofícios de rei e sacerdote tendo Davi como figura de Jesus que é sacerdote segundo a linhagem de Melquisedeque. Essa não é uma palavra de desencorajamento, mas sim de alerta para não pularmos as etapas, o nosso primeiro passo precisa ser o despertamento sacerdotal e a sua funcionalidade na prática.

Michael Duque Estrada

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